A barragem do Alqueva, no Alentejo, está a meio metro do seu nível de pleno de armazenamento, a cota 152, mas a situação “não levanta nenhum problema”, disse hoje o presidente da empresa gestora do empreendimento.
O Bloco de Esquerda de Odemira lamenta que "Duarte Cordeiro, ministro do Ambiente e Ação Climática não tenha cumprido a sua palavra e cedesse às pressões da agricultura intensiva, aceitando baixar a cota mínima de exploração na albufeira de Santa Clara para garantir a rega das grandes explorações".
O Governo está a equacionar baixar a cota de captação de água da barragem de Santa Clara, no concelho de Odemira, de 104 para 102 na agricultura e de 102 para 100 no consumo humano.
Os ministros do Ambiente e da Agricultura foram hoje recebidos em Odemira (Beja) sob um coro de protestos, com os manifestantes a exigirem o acesso à água para todos os residentes neste território.
A falta de água no território nacional, e também por toda a Europa, tem preocupado os municípios, que procuram formas de poupar o seu consumo. Em Santiago do Cacém, a Barragem de Campilhas encontra-se com uma cota de 3%.
O Governo anunciou a conclusão do projeto de execução para rebaixar a cota de captação na albufeira de Santa Clara, na bacia hidrográfica do rio Mira, num total de seis milhões de euros.
“Com 45% do país em situação de seca severa e extrema e a disponibilidade de água em níveis críticos nas barragens portuguesas”, a Federação Nacional de Regantes (FENAREG) identifica medidas urgentes para mitigar os efeitos da seca na agricultura, no sentido de ser garantido, diz o comunicado, “o acesso dos agricultores à água e assegurar a produção da campanha agrícola”.
Em nota de imprensa, a EDIA frisa que “o maior lago artificial da Europa” conseguiu suportar longos períodos de seca, garantindo “a água necessária para todas as atividades que dela dependem dentro da sua área de influência”. Acrescenta que até esta data “Alqueva distribuiu cerca de 350 milhões de metros cúbicos de água”.
A chuva que se tem registado durante as últimas semanas no Alentejo traduziu-se num aumento do armazenamento da albufeira de Alqueva de 99.24 hectómetros cúbicos de água no último mês e uma subida da cota de 58 cm.
A ACOS vem, em comunicado, congratular-se “com o início das obras para a segunda fase das infraestruturas de rega de Alqueva, posição que defende desde longa data, e que permitirá até 2023, conforme anúncio da EDIA, um total de 170 mil hectares de terreno agrícola irrigável”.
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