“Temos 10 produtores certificados, o que representa 10 por cento das adegas inscritas no programa, e contamos ter 20 até ao final de 2022”, revelou à agência Lusa o coordenador do Programa de Sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo (PSVA), João Barroso.
Considerada inédita em Portugal, esta certificação, lançada pela CVRA em agosto de 2020, reconhece aos produtores da região alentejana boas-práticas económicas, sociais e ambientais, das vinhas até à adega.
Segundo o coordenador do PSVA, este “selo” dá “uma vantagem competitiva” aos produtores, pois, “cada vez mais, os mercados e também os consumidores estão focados nas certificações, não apenas de produção biológica, mas sustentável também”.
“Todos os estudos apontam que aproximadamente 70 por cento dos consumidores já perguntam, já pedem qualquer género de credencial associada com o perfil de sustentabilidade dos seus produtos, nomeadamente o vinho”, adiantou.
De acordo com João Barroso, o PSVA, criado em 2015 e no âmbito do qual são atribuídas as certificações, tem inscritos cerca de 500 membros, mais precisamente “400 viticultores e 100 adegas”.
“Quase metade da área da vinha plantada no Alentejo faz parte do programa”, indicou, assinalando que integram o PSVA “um terço dos viticultores e metade das adegas” de toda a região.
O programa de sustentabilidade e o “selo” de produção sustentável da CVRA vão ser apresentados, pela primeira vez em Londres, no Reino Unido, um dos principais mercados de exportação da região, amanhã, dia 24, a jornalistas e agentes económicos.
“A sustentabilidade já não é uma moda e veio para ficar”, defendeu o coordenador do PSVA, salientando que “o Alentejo é a única região em Portugal que tem um programa de sustentabilidade”.
Nesta visita ao mercado inglês, existem as “premissas de, por um lado, haver uma grande procura por vinhos alentejanos e portugueses e também o facto de termos esta ‘bandeira’ que mais nenhuma outra região em Portugal tem”, disse.
Este mercado, precisou a comissão vitivinícola, foi um dos “destinos de exportação dos vinhos do Alentejo que mais se destacou nos últimos dois anos”, com “um crescimento 171 por cento em valor e 155 por cento em volume”.
A CVRA foi criada em 1989 e é responsável pela proteção e defesa da Denominação de Origem Controlada (DOC) Alentejo e da Indicação Geográfica Alentejano, certificação e controlo da origem e qualidade, promoção e fomento da sustentabilidade.
O Alentejo é líder nacional em vinhos certificados, com cerca de 40% de valor total das vendas num universo de 14 regiões vitivinícolas em Portugal.
Com uma área de vinha de 23,3 mil de hectares, 30 por cento da sua produção tem como destino a exportação para cinco destinos principais, designadamente Brasil, Suíça, EUA, Reino Unido e Polónia.
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