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Saúde

Utentes de Serpa pediram regresso do Hospital de São Paulo ao Serviço Nacional de Saúde

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Utentes de Serpa pediram regresso do Hospital de São Paulo ao Serviço Nacional de Saúde

Cerca de três centenas de utentes, de todas as localidades do concelho de Serpa, incluindo presidentes de Junta e executivo municipal, concentraram-se junto ao Hospital de São Paulo para criticar a degradação dos serviços prestados e pedir o “regresso” da unidade ao Serviço Nacional de Saúde (SNS).


O protesto foi convocado pelo Movimento em Defesa do Hospital de São Paulo, que defende que seja o Estado a assumir a gestão do hospital, atualmente responsabilidade da Santa Casa da Misericórdia de Serpa (SCMS).

“Enquanto o hospital esteve no SNS funcionou sempre com todas as condições, sem nenhuma perturbação, e agora, que está sob gestão da SCMS, é o que se está a ver”, disse Luís Mestre, porta-voz do movimento.

Luís Mestre sublinhou que esta foi uma ação "bem conseguida pelas pessoas que juntou. Isto significa que se trata de um assunto da maior importância para a população deste concelho".

Luís Mestre avançou à Voz da Planície que "vai continuar a luta pela exigência da resolução dos problemas desta resposta de saúde" e que "o movimento vai de hoje a oito dias, 19 de julho, à Comissão Parlamentar da Saúde exigir a resolução deste problema, ou seja, a necessidade do Hospital de São Paulo regressar à esfera pública".

Na opinião de Luís Mestre, a Misericórdia de Serpa “não está a ter condições para fazer a gestão” da unidade, o que leva o movimento a pedir que seja “o Estado a assumir a gestão direta de uma vez por todas”.

“O tempo vai passando e o problema do hospital não é resolvido. E, além de não ser resolvido, vai-se agravando com o passar do tempo, pois temos um serviço de urgência que cada vez funciona com mais irregularidade”, acrescentou.

Esta situação levou mesmo Luís Mestre a considerar que a população de Serpa “está, neste momento, privada de um dos mais elementares direitos consagrados na Constituição, que é o acesso à Saúde”.

“Temos um serviço de urgência que funciona com cada vez mais irregularidade, o que é uma situação inaceitável com a qual não podemos continuar a compactuar”, reforçou.

O protesto do Movimento em Defesa do Hospital de São Paulo ocorreu pouco depois da visita do ministro da Saúde, Manuel Pizarro, à unidade, no âmbito do roteiro Saúde Aberta, que no dia 03 de julho foi dedicado ao distrito de Beja.

Na ocasião, o governante remeteu para o final de 2024 uma decisão sobre a eventual reversão da gestão do hospital de Serpa, para o SNS.

“Teremos todo o próximo ano para tomar uma decisão final sobre se fazemos ou não a reversão [da gestão do hospital] para a Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo”, afirmou na altura Manuel Pizarro, em declarações aos jornalistas em Serpa.

Para o porta-voz do movimento, a visita do ministro da Saúde a Serpa “pouco ou nada adiantou em termos da resolução concreta do problema” do Hospital de São Paulo.

“O ministro diz que este protocolo com a Santa Casa [da Misericórdia de Serpa] só termina em 2024 e manifestou interesse em deixar tudo como está até essa altura, o que nós não podemos de qualquer forma aceitar”, frisou Luís Mestre.

Esta responsável criticou ainda o facto de o Estado estar “a injetar dinheiro numa instituição para prestar um serviço que não está a ser prestado de forma adequada”.

#com Lusa



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