Luís Mendonça de Carvalho, biólogo e especialista em etnobotânica, é o diretor do Museu Botânico de Beja e o anfitrião na visita aos "tesouros" que este espaço guarda.
Na mostra patente ao público, composta por centenas de exemplares, destacamos "o colete salva-vidas, tal como feito no início do século XX e usado, por exemplo, no naufrágio do Titanic. Uma peça fabricada com cortiça, linho e cânhamo. Singular na sua forma, conotado com a intimidade feminina o coco-do-mar, das Sheysheles, apresenta-se como a maior semente do mundo vegetal, a pesar 20 quilos. Hoje, o seu valor atinge os 4000 euros. No passado, a Europa importava estes cocos para deles produzir recipientes para beber. Mais próxima na geografia, a mostra oferece-nos artesanato dos Açores produzido com a parte interna das hortênsias. Do Algarve, em Martim Longo, chegam as bonecas em juta. Mais a Norte, recorda-se a Bruxa da Arruda, do século XIX, que se dizia com poderes sobrenaturais e senhora de rituais efetuados com azeite. Do mundo dos corantes naturais, o museu tem o pastel, obtido a partir de uma planta herbácea. Desta, obtém-se um precipitado que vai formar uma bola, usada para tingir tecidos de azul. Também singulares são as caixas para rapé produzidas no passado na Noruega a partir de sementes de feijão-do-mar. Estas viajavam desde mares tropicais, a seis mil quilómetros. Também da Ásia, salienta-se a camisa filipina confecionada com uma fibra tirada das folhas do ananás, espécie introduzida pelos espanhóis naquele país", pode ler-se na descrição que é feita sobre as "riquezas" que podem ser apreciadas no Museu Botânico de Beja.
O Instituto Politécnico de Beja refere que "o Museu Botânico é um centro de cultura científica, vocacionado para a apresentação de exposições temporárias que ilustram a relação milenar estabelecida entre o Homem e as Plantas". Que este espaço "tem como objetivos conservar, estudar e divulgar objetos e conhecimentos provenientes de recolhas e estudos, de botânica económica e de etnobotânica desenvolvidos em Portugal e no estrangeiro" e que "através do estudo de objetos manufaturados a partir de plantas, de matérias-primas vegetais e de objetos naturais, o visitante pode redescobrir o engenho do Homem e o poder criativo da Natureza".
O Museu Botânico de Beja, as visitas são gratuitas e podem ser feitas de segunda a sexta-feira, das 09h00 às 12h30 e das 14h00 às 17h00.
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