“Tentámos falar com o IGFEJ [Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça] e não estamos a obter resposta deles. É um problema central. Regista-se de Norte a Sul e está tudo parado. Toda a gente diz que está sem trabalhar desde a hora de entrada”, disse a Secretária Regional de Lisboa do SFJ, Regina Soares.
Entretanto, a dirigente do SFJ realçou que o problema informático já está a ter como consequência o adiamento de julgamentos e diligências.
“Já houve muitos adiamentos. Na Instrução Criminal de Sintra já foi tudo adiado, no Juízo Central Criminal de Almada também houve adiamentos e no Juízo Local Criminal de Lisboa registaram-se pelo menos cinco adiamentos”, observou.
O Sindicato dos Oficiais de Justiça (SOJ) reconheceu igualmente a paralisação da atividade esta manhã devido à falha informática, depois de os primeiros dois dias após o final das férias judiciais já terem sido de constrangimentos nos tribunais por causa das greves dos funcionários judiciais.
“Está tudo parado desde manhã. Tinha referido que por causa da greve estava suspensa a justiça em Portugal e o Ministério da Justiça vem confirmar isso. Isto não resulta da ação dos trabalhadores, resulta do Governo, que, ao não investir, permite isto”, afirmou o presidente do SOJ, Carlos Almeida, que apelou ainda ao Conselho de Estado para se pronunciar sobre o estado do setor: “A justiça em Portugal está suspensa”.
A informação sobre a falha informática foi também assumida pelo Ministério da Justiça, que, num esclarecimento enviado à Lusa, referiu que “existem problemas de comunicação que afetam os sistemas da justiça”, mas garantiu que “as equipas tecnológicas estão a trabalhar na resolução do problema”.
“Tratou-se de uma interrupção num circuito externo, que se encontra em resolução”, acrescentou fonte oficial do Ministério da Justiça.
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