A conferência começa com Fernando Rodrigues a dizer desde logo que a intenção desta não é a denúncia em si, porque “esta denuncia tem sido feita ao longo dos últimos anos”, às autoridades competentes e autarquias, mas sim que serve para “evitar o aproveitamento político que está a ser feito relativamente a esta situação dos migrantes”. Acrescenta que a pandemia veio relevar outro problema grave no país, nomeadamente uma “pandemia do trabalho escravo, do trabalho sem direitos”.
Maria da Fé Carvalho, para demonstrar a dificuldade que o Sindicato tem tido em chegar a estes trabalhadores expõe uma situação, que decorreu há quatro anos no concelho de Odemira, em que um conjunto de trabalhadores se encontravam sindicalizados mas que foram ameaçados pela entidade empregadora, pois “se continuassem sindicalizados perdiam o emprego porque para o lugar deles havia muitos outros”. Esta é uma situação que se repete no concelho de Beja e outros.
Outro exemplo, deste vez em Ferreira do Alentejo, é dado por Daniel Bernardo, onde um conjunto de imigrantes, do Senegal, foram trabalhar para uma empresa de trabalho temporário, estes trabalhadores foram ter com o SINTAB, expor a situação em que viviam, e a entidade patronal de repente abandonou-os sem qualquer justificação.
Quando questionámos que trabalho será feito pelos sindicatos, dizem que vão continuar a fazer aquilo que tem sido feito, juntos dos trabalhadores com quem “chegam a ter reuniões clandestinas”, por estes terem os documentos “apreendidos” pelas entidades empregadoras e acabam por mentir a dizer que vão às compras com medo de perder os próprios documentos, ao tentarem reivindicar alguns direitos através do sindicato, as palavras são de Fernando Rodrigues, do SINTAB.
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