Serpa: homem morreu à porta das urgências do hospital, nesta sexta-feira, 30
Voz da Planície
A Voz da Planície confirmou que um homem foi às urgências do hospital de Serpa, às 06h00, e que encontrou as mesmas encerradas. Isabel Estevens, provedora da Misericórdia de Serpa, entidade que gere o hospital, revelou que "o serviço fechou à meia-noite de ontem, 29, para reabrir às 08h00 de hoje" e garantiu que "o administrativo de serviço fez o encaminhamento para o socorro devido".
Isabel Estevens explicou os motivos pelos quais a Misericórdia de Serpa não tem conseguido manter as urgências do Hospital de São Paulo abertas 24 sobre 24 horas, mas garantiu que "este serviço funciona num período de 16 horas seguidas", deixando "um elogio a todos os profissionais do hospital".
A provedora da Santa Casa da Misericórdia deixou claro, igualmente, que "no período de encerramento das urgências fica de serviço um administrativo, que tem como obrigação fazer o encaminhamento das situações que precisam de socorro" e que "fez tudo o que devia neste caso".
A nossa rádio chegou à fala, também, com fonte do Comando Sub-Regional de Emergência e Proteção Civil do Baixo Alentejo que confirmou o registo de uma “morte súbita” com “transporte de cadáver”.
O oficial de Relações Públicas da Guarda Nacional Republicana (GNR) confirmou a deslocação desta força de segurança ao local, como determina a lei, para registar o óbito.
O Movimento de Defesa do Hospital de São Paulo, em Serpa (Beja), atribuiu hoje a morte de um utente esta madrugada ao encerramento do serviço de urgência da unidade durante a noite.
Em comunicado, o Movimento de Defesa do Hospital de São Paulo refere que “esta madrugada uma pessoa em estado grave necessitou de cuidados médicos de urgência” e dirigiu-se àquela unidade.
“Contudo, ao chegar o hospital estava encerrado, a pessoa ficou sem assistência e acabou por falecer”, lê-se na nota.
Segundo o movimento, o acordo de cooperação entre o Ministério da Saúde e a Santa Casa da Misericórdia de Serpa, que gere o hospital, refere que a instituição deverá servir a população com um “serviço de urgência avançado 24 horas por dia”.
O Movimento de Defesa do Hospital de São Paulo indica ainda que durante o dia de hoje o serviço de urgência “só abre das 18h00 às 24h00”.
“Está mais do que na altura do Governo encarar este problema e reverter a gestão do hospital para o Serviço Nacional de Saúde. Recordamos que enquanto o hospital esteve no SNS (até 2015) o serviço de urgência não esteve fechado uma única hora”, recorda.
#com Lusa
