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Seca: abastecimento de água às populações sem alarme no Alentejo

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Seca: abastecimento de água às populações sem alarme no Alentejo

O abastecimento de água às populações no Alentejo não está ameaçado pela seca, mas a situação tem de ser acompanhada “com muita atenção”, disse o presidente da Águas Públicas do Alentejo (AgdA), Francisco Narciso, em declarações à Lusa. 

“Não é uma situação de alarme, mas uma matéria que temos de acompanhar com muita atenção, sejamos nós, sejam as populações”, afirmou à agência Lusa o presidente do conselho de administração da AgdA, com sede em Beja. 

Segundo o responsável da empresa que gere o Sistema Público de Parceria Integrado de Águas do Alentejo (SPPIA), verifica-se na região “um nível de segurança muito elevado” relativamente ao abastecimento de água para consumo humano, inclusive nas albufeiras com os volumes de armazenamento mais reduzidos. 

É o caso da barragem do Monte da Rocha, no concelho alentejano de Ourique (Beja), que conta atualmente com apenas 15,4% da sua capacidade, num total de pouco mais de 15 hectómetros de água. 

“Para quem recolhe todos os anos, em média, 1,8 hectómetros” desta albufeira, o Monte da Rocha “está com um nível de segurança importante”, frisou Francisco Narciso. 

Ainda assim, o presidente da AgdA, que tem por acionistas o grupo Águas de Portugal e a Associação de Municípios para a Gestão da Água Pública do Alentejo, constituída por 20 câmaras dos distritos de Beja, Évora e Setúbal, alertou que tal “não significa que a água seja abundante” na região. 

“Ela é escassa e tem de ser usada com bastante parcimónia, até porque há longos meses que não chove e não há qualquer ‘recarga’” dos aquíferos, acrescentou. 

Sobre a albufeira de Santa Clara, no município de Odemira, Francisco Narciso admitiu que “o nível de preocupação tem aumentado”, embora “esteja lá uma capacidade apreciável” e “superior” à “que está toda armazenada no Algarve”. “O que não significa que não estejamos a acompanhar a situação com atenção”, reforçou. 


Para o presidente da AgdA, o problema da seca na região pode ser combatido com o alargamento da rede de abastecimento, através da ligação do Alqueva a mais albufeiras espalhadas pela região. 

“As interligações são uma boa estratégia para combater as alterações climáticas, tendo como grande referência uma origem [de água] como é Alqueva”, defendeu. 

Nesse sentido, elogiou a empreitada em curso de ligação entre Alqueva e a albufeira de Morgavel, no concelho de Sines (Setúbal), o que permite “abastecer” o complexo industrial desta cidade do litoral alentejano. 

Mais de metade do território de Portugal continental (57,7%) estava, no final de dezembro, em situação de seca fraca, tendo-se registado uma ligeira diminuição na classe de seca severa e um aumento na seca moderada, segundo dados do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). 


Rádio Voz da Planície/Lusa


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