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Saúde

Saúde: “descompensação de doenças crónicas e aumento da mortalidade”

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Saúde: “descompensação de doenças crónicas e aumento da mortalidade”


Os impactos das medidas de combate ao Covid-19 têm-se feito sentir, no que à saúde diz respeito, e na Voz da Planície ouvimos hoje, um depoimento de uma especialista que assegura que se está a lidar com “descompensação das doenças crónicas” e com o “aumento da mortalidade como consequência indireta da pandemia”, porque piorou “o seguimento destas pessoas”. Números que ainda estão a ser avaliados.

Nesta segunda-feira centramos atenções nas consequências que as medidas de combate ao Covi-19 tiveram no tratamento de doenças crónicas: cardiovasculares, respiratórias e reumáticas. “Com o aparecimento da infeção em Portugal e a necessidade de serem canalizados recursos para o seu combate, o tratamento das doenças crónicas” referidas foi suspenso, em termos “presenciais, logo na segunda quinzena de março, levou ainda algum tempo a serem feitas consultas por telefone e nalguns casos as idas aos hospitais só regressaram no final de abril e não foi para todos, mas para os que podiam ir aos serviços de saúde sem riscos acrescidos”. Esta foi a realidade vivida um pouco por todo o país. Isto mesmo explica Helena Canhão, presidente da Sociedade Portuguesa de Reumatologia, responsável da Unidade de Reumatologia do Hospital Curry Cabral e professora da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa.

“Para não se correrem riscos de não haver capacidade de resposta do SNS no combate à pandemia foi preciso salvaguardar equipamentos, como os ventiladores e recursos humanos. Logo algumas cirurgias que careciam da existência de ventiladores disponíveis, no caso de haver complicações, também foram adiadas”. Helena Canhão esclarece o que foi feito em Portugal e como as medidas tomadas tiveram consequências na “descompensação de doenças crónicas, assim como no aumento da mortalidade como consequência indireta da pandemia, porque piorou o acompanhamento destes casos”. Quando voltou a fazer consultas presenciais aos seus pacientes, a médica Helena Canhão percebeu que “muitos faltavam por terem medo de ser contaminados no Hospital”.

Helena Canhão fez parte, também, do grupo de trabalho responsável pela realização dos testes serológicos, ou seja os testes de sangue que podem ajudar a perceber como está a imunidade de grupo, no que ao Covid-19 diz respeito, em Portugal. Participou no trabalho efetuado na comunidade científica da Universidade Nova de Lisboa, cujos resultados, avançou, foram semelhantes a todos os outros estudos feitos em Portugal. Os resultados dizem que “a população portuguesa em geral tem 2,9% de imunidade e os profissionais de saúde 6%”. Terminou referindo que “é uma percentagem muito baixa” e que “isto significa que o risco de infeção é muito elevado”.


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