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Cultura

Rouxinóis do Alentejo no programa das celebrações do cante na capital de distrito

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Rouxinóis do Alentejo no programa das celebrações do cante na capital de distrito

Os “novos” Rouxinóis do Alentejo fazem neste sábado, dia 26, no Centro Unesco, em Beja, um concerto “simbólico” integrado nas comemorações do oitavo aniversário do cante como património imaterial e cultural da humanidade.

Paulo Ribeiro, responsável artístico e ensaiador desta formação, constituída por crianças dos 06 aos 12 anos de idade, recordou à Voz da Planície que a “reorganização do grupo foi retomada 20 anos depois da sua formação inicial e dois anos depois de paragem devido à pandemia".

O ensaiador lembrou, também, que os Rouxinóis do Alentejo recriavam ciclos temáticos, com recurso a música, e que agora está de regresso com uma outra perspetiva.

Paulo Ribeiro assume que é muito compensador este trabalho com as crianças e que é um desafio perceber que o cante tem continuidade nos mais novos. Explica que com este novo formato, o grupo sai um pouco do âmbito escolar para explorar o cante a vozes, coletivo, e com repertório adequado às suas idades.

Recordamos a história dos Rouxinóis do Alentejo. O Grupo Juvenil Coral e Etnográfico Rouxinóis do Alentejo remonta ao ano de 2000, tendo sido criado na Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Beja com o objetivo de representar Portugal num festival juvenil de música na Hungria.

Com atuações nos mais diversos pontos do País e também no exterior, o grupo teve trabalhos gravados e lançou um DVD com o Ciclo do Vinho da Talha.

Em 2018, no dia 3 de julho, foi constituída a Associação Grupo Juvenil Coral e Etnográfico Rouxinóis do Alentejo com sede no Centro Unesco. Entre os sócios fundadores desta associação destaca-se Alice Guerreiro, uma das grandes impulsionadoras do grupo e das suas dinâmicas, desde a sua génese. Falecida em setembro de 2019 foi-lhe prestada homenagem pública pelo grupo na altura da apresentação do CD “Ciclo do Vinho de Talha”, no Pax Julia - Teatro Municipal de Beja, no dia 21 de setembro de 2019.

"Fazer um concerto, simbólico, com cinco ou seis modas, ensaiadas com as crianças selecionadas nas audições é muito importante", frisou Paulo Ribeiro, explicando que "é a primeira atuação desta nova formação e logo numa data tão importante como são as comemorações do oitavo aniversário do cante como património da humanidade". O ensaiador avançou que é esperado muito público para esta atuação, principalmente de familiares, atendendo a que se está a falar de 23 crianças.

Esta é a primeira atuação, mas os “novos” Rouxinóis do Alentejo têm mais convites para concertos e vão continuar a trabalhar o cante a vozes, alargando o repertório, garantiu Paulo Ribeiro. Afirmou, contudo, que se vai ter em atenção os convites a aceder pois tratam-se de miúdos que têm outras atividades e devem ter tempo para se dedicar a todas.

Perante a data em que se celebram oito anos de cante alentejano como património imaterial e cultural da humanidade, a Voz da Planície quis saber a opinião de Paulo Ribeiro, com um vasto trabalho na promoção e preservação desta forma de cantar, sobre o seu futuro. O ensaiador considera que "o futuro do cante passa pelas crianças e jovens que perpetuam este cante, agarrando-o, conhecendo-o e perpetuando-o. Este é o melhor plano de salvaguarda do cante", sublinhou Paulo Ribeiro.


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