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Trabalhadores protestam contra encerramento dos lares da Cruz Vermelha em Beja

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Trabalhadores protestam contra encerramento dos lares da Cruz Vermelha em Beja

Foto: Rádio voz da Planície de Beja

Trabalhadores e familiares de utentes voltam hoje, dia 5 de julho, a concentrar-se junto à Casa de Repouso Henry Dunant, em Beja, a partir das 15h30, com o objetivo de evitar o encerramento deste lar da Cruz Vermelha Portuguesa, na cidade. A Voz da Planície sabe que os 15 trabalhadores do lar, da Rua dos Infantes, já receberam a indicação da "intenção de despedimento coletivo", informação que a Cruz Vermelha Portuguesa confirma, referindo, contudo, "rescisão de contratos".


Foto: Delegação de Beja da Cruz Vermelha Portuguesa

A nossa rádio conseguiu apurar que os trabalhadores do lar José António Marques, 15, foram notificados sobre "a intenção de despedimento coletivo" e que ainda terão de receber uma outra carta, consideram estes funcionários. Recordamos que a Cruz Vermelha Portuguesa tem as portas fechadas deste espaço, na Rua dos Infantes, em Beja, desde o passado mês de junho.

Os trabalhadores garantem que participam no protesto desta sexta-feira para fazerem ouvir a sua voz e tentar dissuadir a Cruz Vermelha de fechar, até 31 de julho como anunciou, a casa de repouso Henry Dunant. Ilda Silva, com 26 anos de trabalho cumpridos e 60 anos de idade, afirma que se "não fecharem a casa de repouso ainda se consegue manter o emprego de alguns trabalhadores".

Ilda Silva não acredita, contudo, que "esta situação se consiga evitar", na sua opinião, se "fosse para continuarem abertos, a Cruz Vermelha não tinha fechado o lar da Rua dos Infantes", onde desempenhava as suas funções.

A "ação de solidariedade" de hoje, 5 de julho, é também de "protesto contra o encerramento dos lares da Cruz Vermelha em Beja, pela salvaguarda dos utentes e na defesa dos postos de trabalho".

A nossa rádio conseguiu perceber, igualmente, que na Casa de Repouso Henry Dunant ainda estão 23 utentes e que os mesmos, caso os familiares aceitem, já têm vagas destinadas.

Foto: Delegação de Beja da Cruz Vermelha Portuguesa

Chegou, entretanto, à Voz da Planície esclarecimentos da Cruz Vermelha Portuguesa, que referem estar esta instituição a trabalhar com "o Instituto da Segurança Social em estreita colaboração para encontrar a melhor solução para cada utente. Neste momento estão identificadas 20 vagas para os 18 utentes que ainda se encontram na Casa de Repouso Henry Dunant.

Estes lugares em residências são, portanto, em maior número do que os utentes que permanecem nesta ERPI. As soluções encontradas cumprem o critério de menor distância possível relativamente à cidade de Beja, tendo em conta as disponibilidades existentes no território, e asseguram a todos os residentes os cuidados necessários.

A Cruz Vermelha Portuguesa tem comunicado todas as vagas disponibilizadas às famílias e está disponível para, em conjunto com o Instituto da Segurança Social, esclarecer as dúvidas existentes.

Como anteriormente comunicado, a Casa de Repouso Henry Dunant encerrará a sua atividade a 31 de julho de 2024.

Na sequência do encerramento da Casa de Repouso José António Marques, devido às precárias condições físicas do edifício, que não permitem assegurar a qualidade e dignidade do serviço que a Cruz Vermelha Portuguesa pretende prestar, foi comunicado, por escrito, aos 15 funcionários daquela resposta a decisão de avançar com a rescisão dos respetivos contratos.

Tendo explorado todas as opções alternativas, a Cruz Vermelha Portuguesa já comunicara a impossibilidade de recolocar os funcionários afetos a esta ERPI noutras respostas da instituição. Tal como anteriormente afirmado, a Cruz Vermelha Portuguesa tem estado ativamente empenhada no contacto com grandes empregadores do distrito de Beja, com o objetivo de encontrar uma solução laboral para o maior número de pessoas.

A instituição garante um acompanhamento individualizado de cada trabalhador tendo em conta a sua situação socioeconómica. Sempre que tal se verifique necessário, a CVP incluirá os trabalhadores no seu sistema de apoio social."

Em comunicado, a União de Freguesias de Santiago Maior e São João Baptista mostra-se surpreendida com a decisão tomada por "uma instituição como a Cruz Vermelha". A mesma fonte lembra que "acompanhou a evolução da situação, na expetativa de que houvesse bom senso e respeito da instituição para com os direitos dos 65 utentes e respetivas famílias, bem como para com os trabalhadores, cerca de 3 dezenas, alguns deles servindo a instituição há mais de 30 anos".

"Embora a instituição e os referidos lares não estejam sediados na área da freguesia, a mesma serve muitos utentes e familiares, bem como trabalhadores residentes na União de Freguesias de Santiago Maior e São João Baptista e por isso não pode a mesma deixar de manifestar a sua profunda indignação por esta decisão, apelando ainda a que a Cruz Vermelha assuma as suas responsabilidades sociais e reverta a situação que ela e só ela criou", é referido, igualmente, no mesmo documento. 

De referir que esta posição, refere a UF de Beja de Santiago Maior e São João Baptista, foi aprovada, por unanimidade, em Assembleia de Freguesia e enviada às entidades competentes.


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