O projeto dirige-se a produtores de Mértola e Serpa, concelhos abrangidos pela área natural do Vale do Guadiana, e pretende “semear” um conjunto de dez boas práticas com potencial de replicação, que passam pela “retenção e a conservação da água na paisagem, o restauro de linhas de água, a melhoria do mosaico mediterrânico, assim como, a recuperação da regeneração natural, a implementação de pastagens permanentes ou a gestão adaptativa do pastoreio”.
As ações destinam-se a recuperar a fertilidade e a produtividade, em 94 hectares, nas explorações agrosilvopecuárias do Parque Natural do Vale do Guadiana.
Segundo comunicado da Associação de Defesa do Património de Mértola (ADPM), o objetivo é colher, décadas mais tarde, “um montado mais resiliente à desertificação e aos efeitos das alterações climáticas com maior capacidade de armazenamento de carbono orgânico no solo, através do desenho, implementação e avaliação de um programa territorial, com base na cooperação e partilha”.
“Esta é uma oportunidade valiosa para o território do Parque Natural do Vale do Guadiana e, em particular, para os agricultores agrosilvopecuários inseridos nesta área protegida. Acreditamos que ao experimentarem a aplicação deste conjunto de boas práticas, estes importantes forjadores da paisagem vão testemunhar e compreender as vantagens e os ganhos económicos para a sua exploração. Ao mesmo tempo, vão aperceber-se do retorno em termos de produtividade e de valorização dos serviços ambientais”, realça Maria Bastidas, coordenadora do projeto "+Solo +Vida" e técnica da ADPM, entidade promotora do projeto.
Nesta segunda-feira, o projeto é apresentado publicamente, das 15h00 às 17h30, no Pavilhão Multiusos de Mértola. Para além dos representantes da ADPM e da Cooperativa Agrícola do Guadiana, vão participar no evento Teresa Pinto Correia da Universidade de Évora e uma equipa técnica do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas. A sessão termina com a degustação de produtos da região.
O Programa Territorial "+Solo +Vida" é uma iniciativa promovida pela ADPM, em parceria com a Cooperativa Agrícola do Guadiana, a Natural Business Intelligence, a Universidade do Algarve e o International Development Norway e visa impulsionar a adaptação às alterações climáticas e o combate à desertificação no Parque Natural do Vale do Guadiana.
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