Paulo Monteiro, da Bedeteca de Beja e conhecido autor de banda desenhada, é o coordenador e Manuel Faião o arquiteto deste projeto, que vai dar o seu contributo na divulgação, atividade, criação artística e investigação nesta temática.
Paulo Monteiro explicou, durante a apresentação do projeto, no passado domingo, no Centro de Arqueologia e Artes, que a cidade tem “vasta tradição e trabalho desenvolvido na área da Banda Desenhada (BD)". Bedeteca, Toupeira, núcleo de BD da cidade, Festival Internacional, anual, dedicado a esta área artística, vasto espólio de coleções já cedidas para este espaço e muitos autores locais, nacionais e internacionais, assim como editores, a fixarem-se em Beja, devido a esta área de trabalho.
Paulo Monteiro considera que a BD tem e vai continuar a contribuir para a fixação de massa crítica no concelho, lembrando, igualmente, o vasto número de visitantes que o Festival Internacional de BD de Beja recebe e todos os projetos que o núcleo que a ele se dedica tem em curso. Instalação de bedetecas em países africanos e no Brasil, assim como participação em diversos festivais fora do País, de BD, foram alguns dos exemplos deixados. Recordou, ainda, alguns dos autores de Beja distinguidos e premiados pelo seu trabalho na BD, como são o caso de Susa Monteiro e de Maria João Careto, entre outros.
"Há uma casa no centro histórico, uma antiga habitação de dois pisos, na Rua das Lojas, que vai ser cuidadosamente requalificada para receber a instalação do Museu da Banda Desenhada de Beja", deixou claro o arquiteto Manuel Faião. Esclareceu que o espaço vai receber obras, no sentido de a adequar às suas novas funções e que o projeto de arquitetura está praticamente terminado.
Foi revelado, também, o que vai ser o Museu da Banda Desenhada de Beja. O espaço vai ter uma exposição permanente para mostrar o percurso da BD em Portugal - a publicação da história “Aventuras Sentimentaes e Dramáticas Senhor Simplício Baptista”, de António Nogueira da Silva, de 3 de agosto de 1850 - e a partir daqui desmultiplica-se em várias salas correspondentes a tempos precisos.
Os Primeiros Passos (1850 - 1910); Da República à II Guerra Mundial (1910 - 1945); A Segunda Metade do século XX (de 1945 ao final dos anos 70); Nova Banda Desenhada (Anos 80 e 90) e A Banda Desenhada a refletir sobre o Mundo - Novas tendências são os espaços cronológicos que o museu da cidade vai ter e que permitem fazer uma viagem pela história da BD.
Neste momento, segundo Paulo Monteiro, o Museu da Banda Desenhada de Beja já tem, no seu acervo, mais de mil e 500 pranchas de BD, esboços, estudos e vários tipos de materiais, assim como um “extraordinário” conjunto bibliográfico.
A fotografia é da Fundação Calouste Gulbenkian e representa uma pintura de Carlos Botelho, um dos artistas do acervo do Museu da Banda Desenhada de Beja.
Recordamos que a apresentação do projeto do Museu da Banda Desenhada de Beja foi feita no passado domingo, no Centro de Arqueologia e Artes, no âmbito do programa do Encontro da Associação Portuguesa de Museologia (APOM) e das Jornadas Europeias do Património, eventos que a cidade recebeu durante o passado fim de semana.
Foi neste âmbito que se ficou a conhecer, igualmente, o que vai acontecer à habitação de dois pisos, na Rua das Lojas, em Beja, onde vai ser instalado o museu.
O rés-do-chão vai acolher a receção, duas galerias de exposições temporárias e a loja.
O primeiro andar vai ter a Bedeteca de Beja, que funciona, atualmente, na Casa da Cultura e a exposição permanente.
O terraço será um espaço ao ar livre para desenhar, beber um café e/ou conversar.
Este é um projeto, que os mentores acreditam que vai marcar “profundamente a paisagem cultural da cidade e região, fazendo com que o País acompanhe a vanguarda destes movimentos no resto da Europa, a partir de Beja.”
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