A cerimónia de entrega do prémio à vencedora, que assinou sob o pseudónimo "Navarro", está marcada para o dia 15 de outubro na Biblioteca Municipal Manuel da Fonseca, em Santiago do Cacém.
De acordo com o município do distrito de Setúbal, em comunicado, o júri atribuiu por unanimidade o prémio à obra “101 Contos-de-Bolso” no “quadro do interesse crescente pelo microconto” em Portugal.
“A obra vencedora significa um renascimento desta espécie de narrativa, pela concisa explosão de sentidos, entre terna e boa disposição, sinalizando momentos do nosso quotidiano. Temos aqui uma prosa firme, a espaços lírica, sem excessos de linguagem, qual profixalia em tempos de consumismo também literário”, justificaram os jurados, citados no comunicado.
O primeiro prémio do concurso recebe um valor pecuniário de quatro mil euros e a obra será editada, no próximo ano, pela Câmara Municipal de Santiago do Cacém.
Maria Teresa Meireles é licenciada em Línguas e Literaturas Modernas, pela Faculdade de Letras de Lisboa, fez Mestrado em Literatura Medieval Comparada e Doutoramento em Literatura Oral e Tradicional na Universidade Nova de Lisboa (UNL) - Faculdade de Ciências Sociais e Humanas e é autora de várias obras.
A escritora, que foi agraciada, este ano, com o Prémio Alves Redol, já tinha sido distinguida com menções honrosas nas duas últimas edições do Prémio de Conto Manuel da Fonseca.
O Prémio de Conto Manuel da Fonseca, de caráter bienal, procura distinguir uma coletânea de contos originais, escritos em língua portuguesa, por autor natural de qualquer país que integre a comunidade lusófona.
“Ao criar o Prémio de Conto Manuel da Fonseca, o município de Santiago do Cacém presta homenagem ao grande escritor santiaguense, figura incontornável da literatura portuguesa, e à sua obra, sobretudo através da forma narrativa do conto, em que o autor revelou toda a sua excelência”, sublinhou a autarquia.
Este ano, foram admitidos a concurso 54 obras literárias de autores de língua portuguesa.
O júri deliberou, ainda, atribuir duas menções honrosas, também por unanimidade, ao original “Histórias de homens e mulheres”, de Ana Filipa de Sousa Marques, pseudónimo Ana Eme, e à coletânea de contos “Fantasia de Cronos”, da autoria de Lídia Henrique Ferreira Vale, pseudónimo Pedro d’Alba.
O Prémio Nacional de Conto Manuel da Fonseca, instituído em 1995, presta homenagem a um “grande escritor" e “figura incontornável da literatura portuguesa”.
Manuel Lopes Fonseca (1911-1993), conhecido no mundo das letras como Manuel da Fonseca, foi poeta, contista, romancista e cronista.
Deixou obras como os romances “Cerromaior” (1943) e “Seara de Vento” (1958), vários volumes de poesia e também de contos, como “O Anjo no Trapézio” (1968) ou “O Fogo e as Cinzas” (1953).
Nas suas obras, marcadas pela intervenção social e política, relatou a dureza da vida no Alentejo, realidade que lhe era próxima.
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