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Cultura

Pedro Barroso morreu na madrugada desta terça-feira

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Pedro Barroso morreu na madrugada desta terça-feira


Morreu na madrugada de esta terça-feira o músico e cantor português Pedro Barroso. Tinha 69 anos e morreu vítima de doença. Pedro Barroso passou pela Rádio Voz da Planície de Beja onde apresentou os seus trabalhos discográficos e atuou duas vezes na Salvada, um dos concertos foi numa das Semanas Culturais e o outro foi em 1997, num espetáculo de solidariedade para com as vítimas da intempérie desse ano.

Pedro Barroso foi professor de educação física durante mais de duas décadas, aliando a esta atividade profissional a música. Ficou conhecido cedo, aos 19 anos, quando apareceu no programa Zip-Zip da RTP.

Rádio, teatro e literatura foram as outras artes que abraçou ao longo da sua carreira para além da música.

O primeiro disco foi editado no início dos anos 70, um mini-álbum (EP) com o nome “Trova-dor”. O primeiro álbum completo chegou em 1976, dois anos depois do 25 de Abril e com o nome “Lutas Velhas, Canto Novo”.

A edição de discos e gravação de canções manteve-se sem grandes intermitências da segunda metade dos anos de1970 em diante. Nos anos de1980, por exemplo, Pedro Barroso gravou a canção: “Menina dos Olhos d’Água”, que faz parte do álbum que editou em 1987, com o nome: “Roupas de Pátria Roupas de Mulher.”

Na hora da partida a Voz da Planície recorda o trovador através de uma das suas canções/poema, de 1982, com o nome: “Esperança”:

Se quiseres partir amanhã
eu paro o mundo
com facilidade assim
com esta mão
e então descobriremos
o mais profundo fundo que há no mundo
que é no irmos fundo às coisas
que há razão
de verdades consumadas me consomem
de falácias bem montadas me alimentam
mas meu filho mora o reino do futuro
que é mais duro
e não vai ser com palavras
que o contentam


Se a morte lenta te rebenta sob a pele

a cada dia
e se no teu braço apenas sentes a força
de um cansaço organizado
mas manténs na tua fronte a dúvida
e o gosto pelo longe e a maresia
e se sentes no teu peito de criança
a alma de um sonho amordaçado
se quiseres partir amanhã
eu paro o mundo
com facilidade assim
com esta mão
e então descobriremos o mais profundo
fundo que há no mundo
que é no irmos fundo às coisas que há razão


Foto: "Rádio Comercial".



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