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Saúde

PCP: há médicos a querer o Hospital de Beja que ficam "sem resposta"

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PCP: há médicos a querer o Hospital de Beja que ficam "sem resposta"

O Partido Comunista Português (PCP) denuncia a “gritante” falta de médicos obstetras e exige à tutela medidas. Revela que “há médicos, de Beja, a querer trabalhar no Hospital da cidade, que fizeram contactos e que ficaram sem resposta”. A ULSBA nega.

“A entrada no período das férias de verão e a «gritante» falta de médicos obstetras levaram ao fecho de urgências nesta especialidade e a situações, com gravidade, relacionadas com parturientes. Esta é uma das especialidades carenciadas no Hospital de Beja”. Neste contexto, e “na sequência dos vários requerimentos a identificar há muito estas necessidades, o PCP requereu à tutela que sejam tomadas medidas urgentes para evitar situações como as que ocorreram nos últimos dias”. É pedido que “sejam implementadas medidas efetivas que atraiam profissionais” e que seja colocado um ponto final no “desinvestimento no Serviço Nacional de Saúde (SNS)”. Considera o PCP que só assim podem ser ultrapassadas estas questões.

Em declarações à Voz da Planície, e a propósito deste pedido ao Ministério da Saúde, João Dias, o deputado do PCP eleito por Beja, denunciou ter conhecimento de “médicos, filhos da terra, especialistas em áreas carenciadas, como são o caso, entre outras, da urologia, de otorrino e de anestesiologia, disponíveis para trabalhar no Hospital da sua cidade, que fizeram contactos nesse sentido e que não obtiveram resposta”.

“Conhecendo as dificuldades do Hospital de Beja, em diversas especialidades”, João Dias frisa que “não se compreende esta situação”. Na sua opinião “não basta dizer que é difícil e que os concursos ficam desertos pois é preciso responder a estas vontades”. Recorda, neste âmbito, que “seria desejável, tal como o PCP defende há muito, que hospitais como o de Beja tivessem autonomia na contratação, nomeadamente nas especialidades carenciadas”.

João Dias lembra, contudo, que “esta falta de resposta pode ter a ver com o facto, de no Orçamento do Estado (OE) estar determinado que se pode contratar um médico quando sai outro e obrigar a pedir autorização, à tutela, no caso do aumento de vagas”. Realça que, “entretanto, os interessados têm de tomar decisões" e que "acabam por ingressar noutros estabelecimentos hospitalares”.

A Voz da Planície contactou o Conselho de Administração (CA) da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA). E esta entidade respondeu que "não houve contacto do Conselho de Administração, nem do diretor Clínico, com nenhum médico nas circunstâncias mencionadas."

Informa, ainda, o CA da ULSBA, que "a contratação de médicos é efetuada através de concursos nacionais abertos pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) e de acordo com as necessidades identificadas por cada uma das instituições". Acrescenta que "no caso de contratações de médicos, em regime de prestação de serviços para a ULSBA, têm sido sempre autorizadas."

Recentemente, no início do passado mês de maio, Conceição Margalha, presidente do CA da ULSBA, falou à Voz da Planície em “desilusão” referindo-se às vagas indicadas como carenciadas para o Hospital de Beja. 

A ULSBA tem seis vagas atribuídas como carenciadas: uma para anestesiologia, uma para imuno-hemoterapia, uma para medicina interna, uma para neurologia, uma para urologia e mais uma para Saúde Pública no despacho publicado em Diário da República, a 11 de maio de 2022, e que define zonas geográficas “qualificadas como carenciadas” para atribuição de incentivos de mobilidade e de recrutamento de pessoal médico. 



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