"Beja viveu intensamente as duas grandes revoluções que marcaram o século XX português: a revolução de outubro de 1910 que instituiu a República Parlamentar e a que decorreu do golpe militar de 25 de abril de 1974, da qual emergiu o sistema democrático consolidado nas eleições legislativas, presidenciais e autárquicas do ano de 1976.
Em ambas as revoluções o povo teve um papel determinante no sentido de as fazer avançar, sobretudo em Lisboa, capital do país onde tudo se joga. Beja e o seu povo não estiveram, no entanto, à margem destes processos revolucionários. Na estrutura urbana da cidade continuam a existir sítios, ruas e praças que, por terem sido palco de acontecimentos ligados a estas duas revoluções, se constituem em espaços de memória que lembram as grandes movimentações populares onde o povo julgou ser possível construir, em coletivo, um mundo novo de liberdade, igualdade e fraternidade.
Beja Revolucionária é, pois, um roteiro, uma viagem pelos lugares da memória revolucionária da cidade, com evocação, em cada um deles, da história que lhe está associada, com isto se resgatando do esquecimento acontecimentos e pessoas que são parte integrante da identidade de Beja.
Constantino Piçarra (historiador)
Constantino Piçarra é doutorado em História Contemporânea pela Universidade Nova de Lisboa e investigador do IHC (Instituto de História Contemporânea) da mesma Universidade. É diretor do Museu da Ruralidade, Município de Castro Verde e tem vários trabalhos publicados sobre a I República em Beja e no distrito e sobre a revolução de abril no Alentejo, nomeadamente A I República na Geografia Urbana de Beja, Um Roteiro Republicano da Cidade, Beja, Câmara Municipal, 2019 e Beja na Revolução de Abril, Beja, Câmara Municipal, 2024", divulga a organização.
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