Reina a paz, no País.
Contrariando as teses do primeiro-ministro e do presidente da República, afinal é possível governar sem novo Orçamento de Estado, fazendo uma gestão por duodécimos.
Não há ainda novo governo. E continuará a não haver durante alguns meses mais.
Devido à trapalhada com a organização das Legislativas de 30 de Janeiro no círculo eleitoral da Europa, o Tribunal Constitucional mandou repetir as eleições nesse círculo. A votação será a 12 e 13 de Março, o que atira a instalação da Assembleia da República e a formação do Governo para finais do próximo mês. E a aprovação do Orçamento do Estado só para Julho.
Mas, mesmo sem novo governo, o país move-se: a pandemia abranda, perspectiva-se a retoma de feiras, exposições, festivais – que dinamizam a economia local –, o sector do turismo reanima-se, a bazuca vai chegar, há previsões optimistas de crescimento do PIB.
A reclamar medidas governamentais imediatas continua a seca, que atinge com severidade o sector agrícola. E persistem os velhos problemas – desvalorização do trabalho e dos trabalhadores, precariedade, baixos salários e pensões, carência no Serviço Nacional de Saúde, obstáculos ao desenvolvimento soberano do País.
Já a nível internacional, soam os tambores da guerra.
Apesar da maciça campanha de desinformação, repleta de mentiras, as causas das ameaças à Paz são cada vez mais evidentes.
Os Estados Unidos da América querem consolidar o domínio mundial e submeter os países e povos que não aceitam os seus ditames imperiais.
Assim, assistimos a manobras dos EUA e do seu braço armado, a NATO, com apoio de uma União Europeia servil, para vergar a Rússia, uma potência nuclear.
Sobretudo a partir de 1999, a NATO, comandada por Washington, tem-se expandido para Leste da Europa, aproximando-se das fronteiras da Rússia e cercando esse país de tropas e armas ofensivas. Entraram desde então para a NATO mais de uma dezena de países, a maior parte fazendo fronteira com a Rússia.
Moscovo não aceita esse cerco e propôs aos EUA e à NATO dois acordos para garantir a segurança e pôr fim à expansão da Aliança Atlântica.
A tensão tem aumentado, sobretudo no Donbass, no Leste da Ucrânia, onde o exército ucraniano, treinado e armado pela NATO, multiplica as provocações e ameaça liquidar pela força as auto-proclamadas repúblicas de Donetsk e Lugansk, cuja população é, na maioria, de origem russa.
A par da concentração de tropas e armas na região e da campanha de propaganda belicista, há esforços diplomáticos para evitar a escalada do conflito.
Mas cabe aos povos, acima de tudo, lutar, mesmo contra a vontade dos seus governos, pela paz na Europa e no mundo. Se rebentar a guerra, as consequências serão globais.
No nosso país – e como apela o Conselho Português para a Paz e a Cooperação – este é «o tempo de repudiar a atitude de alinhamento e subserviência do governo português com a estratégia agressiva e militarista dos EUA e da NATO, em frontal desrespeito pelos princípios consagrados na Constituição da República Portuguesa. Que no seu artigo 7.º consagra a “solução pacífica dos conflitos internacionais”, o “desarmamento geral, simultâneo e controlado” e a “dissolução dos blocos político-militares”».
Impõe-se, pois, em Portugal, «a adoção de uma política externa independente e soberana, assente nos princípios constitucionais e na Carta das Nações Unidas». É este o caminho que serve a paz e a segurança.
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