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“Mulheres ganham menos do que os homens embora tenham mais habilitações”

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“Mulheres ganham menos do que os homens embora tenham mais habilitações”

As mulheres continuam a ter salários mais baixos do que os homens, chegando a diferença aos 16 por cento no último trimestre de 2021, valor que se torna mais elevado no caso de trabalhadoras com vínculo precário ou com mais qualificações.

De acordo com um estudo da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP), apesar do emprego feminino ter crescido 2,3 por cento, para um total de 2,38 milhões no conjunto do ano de 2021 e de as mulheres terem mais habilitações do que os homens, continuam a ganhar menos.

"No 4.º trimestre de 2021 o diferencial chegava aos 16 por cento, mesmo tendo aquelas, em média, níveis de habilitação mais elevados (por exemplo, 61 por cento dos trabalhadores com ensino superior são mulheres)", refere a análise feita pelo gabinete de estudos da Intersindical a propósito da Semana da Igualdade que a central sindical promove entre 7 e 11 de março.

Segundo dados do INE usados pela Inter, naquele período o rendimento médio mensal líquido dos homens foi de 1.102 euros enquanto o das mulheres foi de 929 euros.

No que se refere à precariedade, as mulheres são igualmente as mais afetadas:

A CGTP alertou para o facto de a precariedade se manter elevada, atingindo 17 por cento do conjunto dos trabalhadores.

As mulheres são mais de metade (52 por cento) dos trabalhadores com vínculos precários, sendo a incidência da precariedade maior entre elas, 17,1 por cento do total de mulheres assalariadas têm vínculos precários face a 16,8 por cento entre os homens assalariados.

A CGTP reconhece que as diferenças entre os salários de homens e mulheres trabalhadoras têm vindo a diminuir ao longo dos anos, mas salienta que "são ainda elevadas, nomeadamente nos níveis de qualificação mais altos".

As diferenças "tendem a ser maiores quanto mais altas são as qualificações, chegando a ultrapassar os 25 por cento entre os quadros superiores", refere o documento da CGTP divulgado.

A central sindical, citando dados do Ministério do Trabalho, salientou ainda que as mulheres são também a maioria dos trabalhadores a ganhar apenas o salário mínimo nacional, chegando aos 52 por cento em junho de 2021.

"Nesse mês 27% das trabalhadoras do setor privado recebiam somente 665 euros de salário base mensal face a 22,6% entre os homens trabalhadores, uma percentagem já de si escandalosamente elevada e que conduz mais de 11% de quem trabalha à pobreza.

Rádio Voz da Planície/Lusa 

Foto: CGTP


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