“Este movimento constituiu-se como reação à falta de respostas do Estado Português, nomeadamente das suas estruturas regionais, que não apontam soluções para as populações que assistem impotentes à hipoteca do futuro deste território.”
Vera Furão, uma das três fundadoras do movimento, refere o que se pretende e porque se escolheu Beja para o lançamento do "Chão Nosso". Esclareceu, também, o que se quer fazer com o manifesto que pode ser subscrito, em papel e online.
O manifesto do movimento “Chão Nosso” defende que no que toca à “defesa da cultura, do património e da biodiversidade do Alentejo, a saúde e o bem-estar dos cidadãos deve ser uma prioridade, porque as culturas intensivas estão a comprometer a qualidade ambiental do território”. É proposto também que a “utilização de recursos hídricos deve ser avaliada, dando preferência a culturas regadas que sejam geradores de bens alimentares necessários e de retorno económico para o território e que não coloquem em causa a biodiversidade e a qualidade ambiental do mesmo”.
“A agricultura em regime intensivo não promove a fixação populacional” é outro dos aspetos abordados no manifesto e onde se pode ler que “este tipo de práticas agrícolas não desenvolve o território e não promove a fixação populacional”.
Quanto à “produção em regime extensivo de culturas variadas”, o manifesto considera que “contribui para a dinamização da economia local”, por “representarem pequenos e médios agricultores que contribuem para a economia local num sistema de captação de recursos económicos para a região”.
“A utilização massiva de agroquímicos está a penhorar o futuro do território, promovendo o despovoamento” diz, ainda, o manifesto do movimento e explica que “o modo de produção agrícola superintensivo assenta numa sobreexploração da terra, com plantações em compassos reduzidos, traduzindo-se numa elevada densidade de ocupação do solo, a que se associam consumos de água superiores aos tradicionais e a utilização massiva de agroquímicos – pesticidas e fertilizantes – e em espécies com tempo de vida útil muito reduzido, se comparadas com espécies autóctones.”
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