O presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar alertou para a necessidade da existência de equipas completas nos cuidados de saúde para responder ao aumento da procura no pico das infeções respiratórias e aos agendamentos feitos pela Linha SNS 24.
Com a ativação do projeto “Ligue Antes, Salve Vidas”, que obriga o utente a ligar para a Linha SNS24 antes de se deslocar à urgência hospitalar, as situações triadas como não urgentes são encaminhadas para os cuidados de saúde primários com consulta agendada no mesmo dia ou no dia seguinte.
Desde que o projeto teve início, em maio de 2023, mais de 280 mil utentes foram referenciados para os cuidados de saúde primários, segundo dados da Direção Executiva do SNS avançados hoje à agência Lusa.
“O que foi preciso fazer foi ajustar agendas, colocar vagas específicas, com horários específicos, para que o SNS 24 possa fazer essa marcação e, nalguns casos, aumentar a capacidade de resposta, obviamente sacrificando outras atividades. Não há volta a dar”, frisou.
Nuno Jacinto explicou que, nalguns casos, foi feito um esforço adicional para não desmarcar a atividade programada, atendendo mais doentes, noutros casos os profissionais fizerem horas extras e “trabalho que às vezes até acaba por nem ser remunerado”.
“O problema é o mesmo de sempre: Pedem-nos para dar mais resposta com os mesmos recursos e essa é sempre a grande dificuldade, sobretudo, em locais onde os médicos de família são muito escassos, e nalguns até ausentes. Aí, por mais que tentemos esticar a corda, não dá. Se não temos lá médicos, não há agendas que possamos ajustar”, afirmou o mesmo responsável.
