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Saúde

Hospital de Beja: tudo será feito para não encerrar especialidades nos serviços de urgência

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Hospital de Beja: tudo será feito para não encerrar especialidades nos serviços de urgência

Hoje ouvimos o Diretor Clínico para a área dos Cuidados Hospitalares da ULSBA, José Aníbal, sobre o plano de contingência da DGS para este verão. Assegura que as suas equipas tudo farão para não existirem constrangimentos. 

O Plano de Contingência da DGS anunciado na passada semana, contempla os riscos das altas temperaturas, do aumento sazonal de população em algumas regiões do País, os quais aumentam os riscos de doença e de acidentes, com reflexos na procura das urgências hospitalares, disse.

Diretor Clínico de Cuidados Hospitalares da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo, médico José Aníbal, disse que este plano “reflete aquilo que são os problemas a nível dos grandes hospitais”, particularmente na região de Lisboa e Vale do Tejo.

Sublinha que no Baixo Alentejo já se trabalha há vários anos com essa necessidade e tem havido constrangimentos na ginecologia e obstetrícia, em particular na urgência, desde 2017, com encerramentos pontuais.

O médico explica que o rácio de obstetras que têm de existir por serviço, estão relacionados com o número de partos que são realizados anualmente em cada hospital.

Em Beja, no quadro existem apenas dois médicos obstetras que fazem urgência, sendo que esta funciona com dois médicos, 24 horas, ou seja, há dias da semana em que funciona com profissionais prestadores de serviços.

Contudo, ressalta que o Hospital de Beja tem prestadores de serviços que têm dado uma grande ajuda para colmatar a falta de médicos, não só na obstetrícia, como também em outras especialidades.

Refere igualmente que os meios faltam em todo o lado, é um problema “transversal em todo o país”.

Considerando a falta de recursos humanos em áreas críticas, que já se sente há muitos anos nas unidades de saúde, o médico José Aníbal diz que é quase certo que possam surgir constrangimentos nos serviços, porém os profissionais tentam sempre resolvê-las.

No que diz respeito ao Hospital de Beja, as áreas críticas são todas as que estão relacionadas com o serviço de urgência, ou seja, a pediatria, cirurgia geral ou obstetrícia, assim como outras especialidades que apoiam todas as outras, como a anestesiologia, que no caso do Hospital de Beja é assegurada por prestadores de serviços.

“Neste momento temos que viver um dia de cada vez, não podemos fazer projeções de futuro”, disse ainda José Aníbal.

O médico falou também sobre as questões monetárias que se tornam evidentes. Grande parte dos prestadores de serviços a que recorre não residem em Beja e quando fizeram contrato os combustíveis estavam a determinado preço e agora estão o dobro, sendo “perfeitamente normal” que possam vir a pedir um aumento.

Dá a certeza de que “tudo será feito, quer a nível de serviços, quer a nível do conselho de administração, para não haver encerramento de áreas de especialidade nos serviços de urgência”, mas não pode garantir que não possam ocorrer constrangimentos, tudo dependerá de diversos fatores.

Deixa ainda uma palavra sobre os profissionais do hospital e prestadores de serviços: “têm feito tudo pra manter a boa qualidade de assistência” aos utentes, estando satisfeito com as suas equipas, que embora poucas "têm trabalhado imenso". 


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