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Cultura

Festival Imaterial reúne músicas do mundo em Évora e faz ciclo de cinema documental

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Festival Imaterial reúne músicas do mundo em Évora e faz ciclo de cinema documental

Os concertos do português Hélder Moutinho, do duo iraniano-arménio Farnaz Modarresifar & Haïg Sarikouyoumdjian e dos franceses Barrut e um ciclo de cinema documental são os destaques do festival Imaterial, que começa, no sábado, em Évora.

A segunda edição do Imaterial, cuja apresentação decorreu hoje no edifício dos Paços do Concelho de Évora, é organizada por esta câmara municipal em parceria com a Fundação Inatel e tem direção artística de Carlos Seixas.

Com acesso gratuito, o festival, que se prolonga até ao dia 09 de outubro, realiza-se em vários espaços de Évora, nomeadamente no Auditório Soror Mariana, Claustros da Fundação INATEL, Palácio D. Manuel e Teatro Garcia de Resende.

Em declarações à agência Lusa à margem da apresentação, o diretor artístico do Imaterial, Carlos Seixas, afirmou que esta edição, tal como a primeira, assume um “compromisso com o conhecimento dos povos e das culturas a nível mundial”.

“Temos um ponto de encontro de pessoas ligadas às músicas de raiz”, das quais “queremos retirar conhecimento das suas experiências”, pois “o conhecimento do outro reforça o conhecimento de nós próprios”, assinalou.

Carlos Seixas, que também dirige o Festival Músicas do Mundo (FMM) de Sines, sublinhou igualmente “o mapeamento do cancioneiro geral da humanidade” como um “ponto fundamental” do evento.

Já o presidente da Câmara de Évora, Carlos Pinto de Sá, disse aos jornalistas, também à margem da sessão, que a primeira edição do Imaterial, realizada no ano passado, foi “um êxito” e cumpriu os objetivos de “promover o diálogo intercultural”.

“O mundo é percorrido por uma grande vaga de intolerância e, mesmo quando a situação é tão grave como aquela que estamos a viver, há a necessidade de manter pontes e contribuir para a promoção da paz, do diálogo e da tolerância”, vincou.

Quanto ao cartaz, aos nomes já anunciados, juntam-se agora os portugueses Bandua, Cantadores do Desassossego, Grupo de Cantares de Évora e Hélder Moutinho, Farnaz Modarresifar & Haïg Sarikouyoumdjian (Irão/Arménia), Soona Park (Coreia do Sul), Tanxugueiras (Galiza, Espanha), Verde Prato (País Basco, Espanha) e Barrut (Occitânia, França).

Já tinham sido divulgadas, anteriormente, as atuações de Parvathy Baul (Índia), Tarta Relena (Catalunha, Espanha), Annie Ebrel & Riccardo Del Fra (Bretanha, França), Saz’iso (Albânia), Amélia Muge (Portugal), NATCH (Cabo Verde) e Lia de Itamaracá (Brasil).

Os concertos de Annie Ebrel & Riccardo Del Fra e Barrut estão integrados na Temporada Portugal-França 2022, à qual o Imaterial se associa, enquanto Bandua, Tanxugueiras, Tarta Relena e Verde Prato compõem a programação do Encontro Ibérico de Música, que integra o festival e que reúne uma nova geração de artistas do território ibérico.

Uma das novidades desta edição é a realização de um ciclo de cinema documental, com curadoria da etnomusicóloga britânica Lucy Durán, que inclui a estreia de “All mighty Mama Djombo”, realizado pelos franceses Sylvain Prudhomme e Philippe Béziat.

Segundo a organização, o programa inclui ainda um ciclo de conferências sobre temas como, entre outros, “o que tem sido reservado à população negra em Portugal nos processos de definição e ressignificação do património material e imaterial do país ou o estado geral do cante alentejano”.

Para o último dia do festival, está prevista a atribuição do Prémio Imaterial, que visa “saudar e agradecer” a uma personalidade ou artista cujo percurso tenha sido “decisivo no incentivo ao diálogo entre diferentes culturas, no estímulo ao cumprimento dos direitos humanos e na defesa da igualdade de relacionamento e da paz entre os povos”.


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