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Exames/3.º ciclo: alunos pioram a Matemática e a Português

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Exames/3.º ciclo: alunos pioram a Matemática e a Português

O desempenho dos alunos do 9.º ano nas provas finais de Português e Matemática de 2022 piorou em relação às notas antes da pandemia de covid-19, passando de uma média nacional positiva para negativa.

No ano passado, quase 94 mil alunos do 9.º ano realizaram as provas finais de Português e de Matemática, que estavam suspensas desde 2020 devido à pandemia, e numa comparação com as notas anteriores regista-se uma descida da média nacional nas duas disciplinas.

Apenas duas em cada 10 escolas obtiveram média positiva nas provas, segundo uma análise feita pela Lusa a dados do Ministério da Educação, tendo em conta apenas os estabelecimentos de ensino com mais de 50 provas realizadas.

Num universo de 1028 escolas, 206 obtiveram média positiva e os restantes 822 tiveram nota negativa, ou seja, 80 por cento chumbou, segundo os resultados das cerca de 172 mil provas analisadas.

Os colégios continuam a ocupar os primeiros lugares da tabela e as escolas públicas, que levam muito mais alunos a exame, descem na tabela.

Numa escala de zero a cinco valores, a média das provas de Português feita em 2022 foi de 2,9 valores, contrariando os resultados médios sempre positivos dos cinco anos anteriores.

Os dados mostram ainda que mais de 33 mil alunos (37 por cento) tiveram negativa na prova realizada no verão do ano passado, segundo dados da Direção Geral de Estatísticas do Educação e Ciência (DGEEC).

Também a Matemática, a média das mais de 90 mil provas feitas em 2022 foi a mais baixa desde 2015: No ano passado, a média baixou para 2,5 valores, depois de em 2019 ter sido positiva (3 valores).

A maioria dos alunos teve negativa a Matemática, apenas 42 por cento tiveram positiva: Num universo de cerca de 92 mil alunos, 53 mil e 537 tiveram negativa, segundo contas feitas pela Lusa.

Numa comparação entre géneros, as raparigas obtiveram classificações médias superiores às dos rapazes, principalmente a Português (3 valores para elas e 2,7 para eles), sendo residual a diferença a Matemática (elas com 2,6 valores e eles com 2,5).

As regiões também mostram realidades diferentes, com os alunos dos distritos de Braga, Coimbra, Porto e das escolas portuguesas no estrangeiro a obter os melhores resultados médios a Português (três valores).

Por outro lado, as regiões com maiores dificuldades a Português são Faro, Beja, Portalegre, Setúbal e na Região Autónoma dos Açores (todos com uma média de 2,7 valores).

É nos Açores que se encontra a maior percentagem de alunos com nota negativa (49 por cento) por oposição aos alunos de escolas estrangeiras, onde 71 por cento dos alunos conseguiu chegar à positiva a Português.

Já na disciplina de Matemática, os melhores resultados médios foram alcançados em Braga e em Viana do Castelo (ambos com 2,8) e o pior na Região Autónoma dos Açores (2,1).

Coimbra e Viana do Castelo destacam-se assim por conseguirem que metade dos seus alunos tivessem positiva (50 por cento) assim como se destacou pela negativa Portalegre, onde 74 por cento dos alunos “chumbou” nas provas, juntamente com os Açores, que registou 73 por cento de reprovações.

Os números da DGEEC mostram ainda que a situação socioeconómica das famílias tem grande impacto nos resultados académicos, com os alunos beneficiários de Ação Social Escolar a terem resultados médios muito mais baixos do que os alunos não beneficiários.

Dos quase 94 mil alunos que fizeram as provas no ano passado, mais de metade frequentavam escolas dos distritos de Lisboa (23 por cento), Porto (17 por cento), Setúbal (9 por cento) Braga (8 por cento) e Aveiro (7 por cento).

As provas nacionais do 9.º ano foram retomadas, mas continuam sem ter peso na avaliação final de ciclo, servindo apenas para efeitos de acompanhamento e balanço das aprendizagens.


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