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Estudo indica que metade dos professores revelam sinais de sofrimento psicológico

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Estudo indica que metade dos professores revelam sinais de sofrimento psicológico

Cerca de metade dos professores abrangidos por um estudo divulgado esta semana acusa sinais de sofrimento psicológico, como tristeza, irritação ou dificuldades para adormecer. Alentejo apresenta uma situação menos favorável a nível nacional. 

“Pelo menos metade dos docentes acusa sinal de sofrimento psicológico em pelo menos uma das medidas consideradas”, conclui o estudo “Observatório Escolar: Monitorização e Ação | Saúde Psicológica e Bem-estar”, encomendado pelo Ministério da Educação, em que participaram 1.457 professores, na sua maioria mulheres (81,8%).

Apesar de o trabalho na escola ser motivo de satisfação para a maioria dos professores, o estudo indica, no entanto que são muitos os que se sentem nervosos, irritados ou de mau humor, havendo mesmo quem admita ter dificuldade em adormecer (48,5%).

Um em cada cinco professores (20%) disse sentir-se “tão triste que parece não aguentar”, segundo o trabalho realizado pela Equipa Aventura Social da Universidade de Lisboa, em parceria com a Direção Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC), Direção-Geral da Educação (DGE), Programa Nacional de Promoção do Sucesso Escolar (PNPSE), e com a colaboração da Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP) e Fundação Calouste Gulbenkian.

Os investigadores concluíram que o ambiente da escola e a qualidade da gestão dos agrupamentos escolares parecem estar associados ao sofrimento psicológico dos docentes, uma situação também agravada pela idade e tempo de serviço.

Os docentes com mais idade e mais tempo de serviço relatam menor qualidade de vida, mais sintomas de depressão e ansiedade, menor perceção de apoio por parte da direção do agrupamento e um ambiente escolar menos favorável.

“Os professores estão muitos doentes. A minha preocupação é muito com os professores, porque um professor perturbado com 30 alunos à frente não vai conseguir fazer um bom serviço nem para ele nem para os alunos”, disse a coordenadora do estudo, Margarida Gaspar de Matos.

O Algarve e o Norte foram as regiões com melhores indicadores de um bom ambiente na escola, enquanto o Alentejo apresenta globalmente com uma situação menos favorável.

No entanto, a um nível mais pormenorizado de indicadores na região Norte, que aparecia beneficiada, surgem “focos problemáticos”, enquanto no Alentejo, que era penalizado, emergem situações muito favoráveis.

Para os investigadores este é também um sinal da importância do ambiente da escola e da qualidade da gestão da escola na saúde psicológica dos docentes. 


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