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Atualidade Atualizada 11:50

Estradas do distrito de Beja com buracos, fissuras e falta de asfalto

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Estradas do distrito de Beja com buracos, fissuras e falta de asfalto


“São rosas, senhor, são rosas” é uma expressão que quer dizer “esconder a verdade”. Mas nas estradas do distrito de Beja não há como como embelezar o assunto. São os buracos, as fissuras e a falta de asfalto que as caracterizam. As nacionais são da responsabilidade do Governo, as municipais das autarquias. A verdade é que há anos que, muitas, não são intervencionadas, colocando a segurança de quem nelas circula em risco. Paulo Arsénio responde à questão da marcha de protesto e às reivindicações dos autarcas de Cabeça Gorda e da União de Freguesias de Salvada e Quintos.

Beja é capital de distrito e a única do país sem autoestrada. É servida pelo IP8, que liga Sines a Vila Verde de Ficalho. A ligação de Sines a Beja, conhecida como A26, ficou “amputada” em Malhada Velha, Ferreira do Alentejo, e este troço, terminado há mais de 2 anos, continua por abrir, havendo perspetivas para meados de março, mas a sua construção até Vila Verde de Ficalho ficou “pelo caminho”. A Câmara de Serpa defende que “é fundamental a construção do IP8 até à fronteira, uma vez que esta via é a principal ligação desta região quer a Lisboa, quer a Espanha”. E fez, em 2019, um levantamento de todas as estradas que atravessam o concelho a precisar de beneficiação, identificando buracos, fissuras e falta de asfalto em muitas e calculando as intervenções necessárias em 22 milhões de euros. Sobre estas reivindicações, a Infraestruturas de Portugal (IP) nunca respondeu.

No concelho de Beja são vários os exemplos que se podem apontar, mas aquela que mais “polémica” tem levantado, pelo seu continuado estado de degradação, é a EM511, que liga Salvada, Cabeça Gorda e Quintos a Beja. A presidente da Junta de Freguesia de Cabeça Gorda pediu a intervenção da autarquia e ouviu a promessa de obras para abril/maio deste ano. A oposição teceu criticas à forma como a Câmara está a resolver a questão das estradas do concelho, das ruas da cidade e dos caminhos rurais.

Em Beja as queixas também são muitas. O acesso ao Bairro de São Miguel, através da variante; a entrada de Beja, através da Rua Afonso III; a Rua António Sardinha são alguns exemplos de ruas a precisar de intervenção urgente. Os buracos são a prova de degradação mais comum.

Recorde-se que Paulo Arsénio já tinha referido à Voz da Planície que “este Executivo PS foi o primeiro a apresentar um plano estratégico” onde “foram identificadas as 19 vias com mais necessidades, estando já intervencionadas 11”. O presidente da Câmara frisou, também, que “este Executivo tem feito o que consegue, com a única equipa que tem disponível para resolver estes problemas.

As preocupações com a EM511, pois é local de passagem de muitos camiões, que provêm de explorações agrícolas e lagar das imediações, são também manifestadas pelos seus utentes. Nesse sentido, a população reuniu-se, no passado dia 11, e decidiu realizar neste sábado, dia 22, uma marcha de protesto, que começa em Quintos, às 09.30 horas, para terminar em Beja, às 12.00 horas.

Nessa altura, os participantes da marcha contam ser recebidos pelo presidente da Câmara para serem ouvidos e para entregarem um documento com as suas reivindicações. Contudo, a autarquia bejense não garantiu disponibilidade para os receber. Luís Brissos fala em nome dos habitantes de Salvada, Cabeça Gorda e Quintos e explica o que vai acontecer.

Hoje de manhã, na antena da Voz da Planície, Sérgio Engana, presidente da União das Freguesias de Salvada e Quintos, identificou as preocupações de quem utiliza a EM511, chamando a atenção para o facto, do “plano estratégico de intervenção, apresentado pela autarquia de Beja, não ter contemplado o 1º troço desta estrada, que faz a ligação Beja/Salvada/Cabeça Gorda e vice-versa, nem a EM513.” Acrescentou que se "reivindica a introdução destas vias no referido plano e a intervenção rápida nas mesmas, pois colocam todos os dias a segurança em risco de quem nelas circula".

Paulo Arsénio, presidente da Câmara de Beja, respondeu, entretanto, à questão da marcha de protesto e às reivindicações dos autarcas da Freguesia de Cabeça Gorda e da União das Freguesias de Salvada e Quintos, revelando as indicações que já "lhes tinha dado nas reuniões" realizadas com os mesmos. Paulo Arsénio refere que "não deu entrada na autarquia qualquer pedido para receber seja quem for no próximo sábado" e que "desmente as afirmações efetuadas a este respeito". Sobre a intervenção prevista para a EM511 esclarece que "a Câmara está a pensar numa solução, mais durável, que envolve o Lagar" e que "esta opção já está a ser trabalhada". Prosseguiu identificando as "intervenções previstas para breve, para resolver as questões de segurança" e as que "vão ser feitas, posteriormente, no verão". Disse, ainda, que foi isto que "explicou aos dois presidentes das freguesias de Cabeça Gorda e de Salvada e Quintos."

A EN121, que liga Beja a Espanha e a capital de distrito a Ferreira, é outra das preocupações e está prevista ser intervencionada apenas no início de 2022. A exceção é a EN18, que liga Beja a Aljustrel e que já está com obras desde janeiro passado. Fora do concelho de Beja, e só para citar alguns exemplos de alertas efetuados, de novo, no início deste ano, a Câmara de Ferreira pediu “soluções efetivas” para as estradas nacionais 259; 2; 121 e 383 e a de Aljustrel lembrou à IP que “há seis anos que alerta para o inaceitável estado de degradação da EN 2”. Reivindicação que já tinha feito em 2019, em conjunto com a Câmara de Castro Verde.


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