O aeroporto de Beja tem feito o seu caminho, sobretudo, na manutenção e reparação de aeronaves, estacionamento de longa duração, crescimento na aviação executiva e de voos charter. E o distrito gostaria de o ver progredir na medida de tudo o que o território tem para dar e receber, expetativa que tem, segundo a maior parte dos operadores, um constrangimento para resolver: acessibilidades rodoviárias e ferroviárias. O número de camas de que o território dispõe é outra questão à qual falta dar resposta pois, e mais uma vez de acordo com os operadores, ainda não são em número suficiente.
Quanto à carga, o aeroporto de Beja tem de facto um terminal pronto a utilizar, que poderia ser uma solução para a exportação de bens perecíveis, assim existam investidores interessados nesta utilização.
A Voz da Planície voltou a sair à rua e fez a primeira paragem, antes de "aterrar" no aeroporto, em São Brissos. Nesta localidade da União das Freguesias de Trigaches e São Brissos, no concelho de Beja, a meio da tarde, observou ruas sem movimento e falou com o proprietário de um restaurante local. António Raposo, natural desta terra, decidiu avançar com o negócio há 15 anos, pensando na ajuda que o aeroporto lhe iria dar, mas as suas expetativas não se confirmaram.
Foi, também, em São Brissos que a nossa rádio encontrou dois autarcas do Município de Cuba, tinham estado, na manhã do dia em que fizemos a visita, numa reunião onde esta matéria foi abordada. Aceitaram falar connosco e José Machado, presidente da Junta de Freguesia de Cuba, sublinhou que "esta infraestrutura está a uma curta distância entre Lisboa e Faro e que para levantar voo precisa de um olhar dos governantes para a resolução das acessibilidades".
Filipe Chora, vice-presidente da Câmara de Cuba, realçou a importância que tem para este "concelho, e para o seu parque industrial, ter a ferrovia a passar pelo Município e com ligação ao aeroporto. Colocar o aeroporto a dar resposta ao território é o que está a faltar, mas com acessibilidades condignas", deixou claro.
Depois fomos ver os aviões e apanhámos um dia bom. Conseguimos boas imagens e perceber o que está a acontecer no aeroporto de Beja e as limitações que ainda apresenta.
O aeroporto de Beja tem um enorme potencial nomeadamente na carga, na logística, nos voo premium e essa capacidade está bem preenchida” e com “a manutenção de aeronaves – atualmente emprega cerca de 200 pessoas e a expetativa é que empregue mais algumas centenas no futuro”.
"O aeroporto está a fazer o seu caminho e tem tido uma taxa de ocupação muito elevada, mas não na vertente de voos comerciais de passageiros. A capacidade existe desde que a ampliação possa ser feita e essa vontade também por parte da ANA Aeroportos/VINCI existe, e até de forma faseada”, e essa é a novidade, explicou à Voz da Planície o presidente da Câmara de Beja, que visitámos nos Paços do Concelho. Paulo Arsénio falou, ainda, da importância do aeroporto para o território e das ligações diretas, por ferrovia, ao Algarve, “essenciais para o desenvolvimento desejado”, frisou.
Na verdade, o aeroporto de Beja, que faz parte da rede de aeroportos da ANA/Vinci, oferece uma boa experiência do passageiro, tendo a sua capacidade preparada para 500 passageiros/hora em cada fluxo, ou seja, 250 partidas e 250 chegadas, podendo ajudar outros, ser “complementar”.
Mas mesmo assim o aeroporto de Beja só poderá traçar novas rotas e voar mais alto quando o distrito tiver a questão das acessibilidades resolvida.
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