Recordamos que a nossa rádio percorreu, no final de 2021, os 23 quilómetros que distam de Beja até Ferreira do Alentejo. Quem faz este trajeto em pleno IP8 – e porta de acesso à capital de distrito de muitas proveniências - percebe que não tem condições de segurança para circulação. Neste troço, percurso de muitas viagens para camionistas e outros veículos, ouvimos as queixas de quem sofre as consequências, diárias, desta realidade.
Agora, e passado pouco mais de ano e meio, as queixas permanecem, mas agravadas, no caso do trajeto até Ferreira do Alentejo. Já no troço de Beja até Vila Verde de Ficalho, todos os utilizadores, ouvidos, identificam o “estado muito degradado do piso” e os danos que provoca “nos tempos dos trajetos e na manutenção dos veículos”.
Requalificação “urgente” do IP8 com criação de uma via rápida até à fronteira espanhola são reivindicações transversais a todos os pequenos e médios empresários que falaram e que têm os seus negócios no Parque Industrial de Beja, assim como os camionistas que deixaram o testemunho de quem utiliza esta via, várias vezes por mês.
Ficam os depoimentos de quem acedeu falar, com a Voz da Planície, sobre acessibilidades e desenvolvimento e que sente, diariamente, as dificuldades que as estradas degradas, que percorrem, provocam na vida, e economia, destas pessoas/empresários. Todos os exemplos que apresentamos são de pequenos e médios empresários.
Arlindo Rebolo, gerente da Irripax, com atividade mais relacionada com a área agrícola, queixa-se, essencialmente, dos trajetos Beja/Ferreira do Alentejo e Beja/Vila Verde de Ficalho. “Buracos abertos e com zonas mal remendadas provocam danos graves nos amortecedores dos veículos e obrigam a tempos mais longos nos percursos”, frisou.
Hugo Rolim, proprietário da Alumipax, começou por referir que as acessibilidades no distrito são um problema antigo. No seu negócio, os problemas estão nas entregas de material por camiões tires. Identifica problemas graves no IP8, assim como nas entradas e saídas do Parque Industrial de Beja. Refere que devido aos buracos há muito material que fica danificado, durante o transporte, que tem de ser devolvido e que isto significa milhares de euros de prejuízo ao final do ano. Pede requalificação do IP8 e melhorias nas saídas e entradas do Parque Industrial.
João Galhoz conduz um pronto socorro há pouco mais de ano e meio. Faz os trajetos Beja/Ferreira do Alentejo e Beja/Vila Verde de Ficalho e queixa-se, essencialmente, dos buracos nestas estradas que provocam danos graves nas viaturas que transporta depois para as oficinas de reparação. IP8 até Serpa é o troço pior e o que mais dificuldades apresenta para veículos ligeiros e pesados, sublinhou.
Jorge Tavares é camionista, de Aveiro, e vem a Beja três vezes por mês. Conhece bem o IP8 e outras estradas secundárias que tem indicações para fazer, para diminuir custos. É perentório ao dizer que o distrito merecia uma atenção na requalificação das estradas que os carros pesados acabam por danificar ainda mais, tornando-as mais perigosas para quem conduz.
Maria Manuel Neves, uma das proprietárias da empresa Caixilharias e Alumínios, Luís e Neves, reclama sobretudo do trajeto entre Beja e Beringel, estrada que a carrinha da firma faz quatro vezes por dia. IP8 cheio de buracos significa acidentes e danos significativos nas viaturas usadas para o trabalho, assim como pessoais. Neste contexto é clara ao dizer que o distrito precisa do IP8 arranjado e do aeroporto, assim como a ferrovia resolvidos. Realça a “inércia dos autarcas” do distrito na defesa das acessibilidades, salientado que “não se vislumbra resolução breve”.
Renato Rego, outro camionista com quem a Voz da Planície teve a oportunidade de falar é do Seixal, e percorre, muitas vezes, a estrada de Grândola a Vila Verde de Ficalho, nesta conversa classificou o trajeto de “uma desgraça”. Acrescentou que já era tempo de ser requalificado pois já assistiu a acidentes que são provocados pela necessidade dos condutores se desviarem dos muitos buracos e valas que encontram. Pede uma via rápida até Vila Verde de Ficalho, considerando ser esta a solução.
Vítor Lourenço, da empresa Lança & Filhos, fala na utilização de viaturas seminovas e novas que têm, de forma recorrente, problemas nas suspensões, pneus e jantes. Identifica, ainda, a necessidade de no IP8, estrada que é necessária fazer, os condutores, que tem na rua, adotarem uma condução defensiva, obrigando a demorar mais tempo a chegar ao destino.
Paulo Pinto, do Penedo Gordo, tem uma carrinha com a qual faz muitos quilómetros para chegar às aldeias do concelho de Beja, com os seus bolos e outros produtos, e no Parque Industrial tem, também, muitos clientes. O troço Beja/Beringel, passando pela rotunda do aeroporto, é o que identifica com mais problemas, que já lhe provocaram danos na viatura. Sempre pagou as custas e nunca pensou pedir à empresa Infraestruturas de Portugal o reembolso destes valores, mesmo sabendo que tem direito a eles, devido ao "excesso de burocracia". Perante tanta dificuldade, considera que seria necessário melhores salários para todos enfrentarem os problemas e os trabalhadores "darem mais".
Este trabalho pode ser ouvido hoje em 104.5 FM ou em www.vozdaplanicie.pt, às 10h30, assim como nesta notícia. Um especial informação que pode ver, igualmente, no vídeo disponível nesta publicação e nas nossas redes sociais.
Este é o primeiro especial informação sobre acessibilidades e desenvolvimento. Nos próximos dias, a Voz da Planície fará outros, com atenções centradas na ferrovia e aeroporto de Beja.
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