O projeto, com início este mês e uma duração de três anos, é liderado pela CONVERGE!, uma ‘spin-off’ da Universidade de Évora (UÉ)e sediada no Parque do Alentejo de Ciência e Tecnologia (PACT), mas envolve mais oito parceiros.
O HyAfrica “visa estimar os recursos em hidrogénio natural em regiões promissoras de Marrocos, de Moçambique, da África do Sul e do Togo e avaliar o seu impacto socioeconómico para as comunidades locais”, explicou a UÉ, em comunicado enviado à agência Lusa.
“O projeto envolverá as partes interessadas na identificação dos procedimentos de regulação e licenciamento necessários para a exploração de hidrogénio nos países alvo e comparará os modelos de negócio baseados em hidrogénio natural com outras soluções de energias renováveis para compreender as suas vantagens e complementaridade”, acrescentou.
Este é “o primeiro projeto de investigação internacional sobre a prospeção e utilização de hidrogénio natural como uma nova fonte de energia”, cofinanciado pela União Europeia através da Parceria Euro-Africana em Investigação e Inovação em Energias Renováveis (LEAP-RE).
O HyAfrica - "Rumo a uma fonte de energia renovável de próxima geração – o hidrogénio natural como opção energética em África" parte de uma pergunta base: “Pode o hidrogénio natural ser usado para gerar eletricidade para as comunidades locais?”.
A CONVERGE!, com cinco anos de existência e atividade de investigação e desenvolvimento (I&D) nos domínios da geoenergia (geotermia, hidrogénio natural, armazenamento de energia e de CO2 em formações geológicas), assim como o consórcio que lidera, querem encontrar a resposta.
Segundo a academia alentejana, “o hidrogénio natural, também designado por hidrogénio branco, ocorre em ambientes geológicos específicos, como resultado de reações químicas entre determinados tipos de rocha e a água, a grandes profundidades”.
“É um recurso natural, gerado continuamente, que pode constituir uma fonte de energia primária e limpa, renovável e sem intermitência. A viabilidade da sua utilização para produção de eletricidade está demonstrada desde 2012 através de um projeto-piloto no Mali”, indicou.
O hidrogénio é considerado essencial para a transição energética e a União Europeia e vários países africanos já definiram estratégias que exigem a produção de hidrogénio a partir do metano com captura de CO2 (hidrogénio azul) ou da eletrólise da água usando fontes de energia renováveis (hidrogénio verde), lembrou a UÉ.
A abordagem proposta pelo HyAfrica é diferente: “defende a exploração do hidrogénio que ocorre em formações geológicas e a sua utilização como fonte de energia primária”.
“Este recurso renovável constante pode constituir um complemento de menor custo para a produção de hidrogénio, sem perdas de eficiência associadas ao ciclo de produção industrial do hidrogénio azul e do hidrogénio verde e sem impactos no uso do solo e no consumo de água inerentes à produção de hidrogénio verde”, disse a UÉ.
O projeto envolve também dois institutos de investigação alemães (Fraunhofer IEE e Leibniz Institute for Applied Geophysics), a Direção Nacional de Geologia e Minas de Moçambique e cinco universidades: Mohammed Premier (Marrocos), de Lomé (Togo), de Limpopo e de Pretoria (África do Sul) e Eduardo Mondlane (Moçambique).
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