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Será o saco de plástico uma das piores criações humanas?

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Será o saco de plástico uma das piores criações humanas?

Num mês em que se assinala o Dia Internacional Sem Sacos de Plástico, a 3 de julho, importa lembrar que o objetivo da data é alertar para a produção e consumo excessivo de plásticos a nível mundial.

Estima-se que um cidadão na Europa consome cerca de 500 plásticos por ano, que após cerca de meia hora de utilização ou acabam no lixo, ou no meio ambiente.

No âmbito desta data, conversámos com Pedro Sobral, diretor de Operação da Resialentejo, empresa intermunicipal de tratamento e valorização de resíduos, que para além do seu trabalho diário, tem vindo a promover medidas de incentivo à reciclagem, seja através da implementação do sistema de recolha de resíduos porta-a-porta, ou de outros planos de ação.

Pedro Sobral começa por relembrar que “o plástico em particular tem um impacto bastante grande em termos ambientais”, pois demora muitos anos a degradar naturalmente no ambiente.

No caso em particular dos sacos, na Resialentejo, “cerca de 7% da totalidade dos resíduos que são produzidos”, indiferenciados e reciclados, são “filma”, que podem ser considerados como sacos de plástico. Esta percentagem representa 2.800 toneladas por ano, de plástico produzidos na nossa região, das quais, de acordo com Pedro Sobral, apenas 250 toneladas são encaminhadas para reciclagem.

Pedro Sobral indica que, "temos efetivamente que reduzir o nosso consumo de sacos” e “já existe uma estratégia nacional para isso”. A proibição dos sacos gratuitos de caixa que fez com que reduzisse significativamente os sacos produzidos no nosso País, sublinhou.

Disse ainda que, a partir do próximo ano, passarão a ser proibidos os “sacos finos”, geralmente utilizados para a fruta, pão, entre outros produtos.

“Temos um caminho muito grande para reduzir a utilização de sacos”, frisa Pedro Sobral, e o que não for possível reduzir, há que encaminhar devidamente para a reciclagem.

Os plásticos descartáveis estão entre os objetos mais encontrados nas praias e oceanos. Segundo a página oficial dedicada a esta data, Zero Waste Europe, “80% de todo o lixo das praias europeias é plástico e 8.000.000 toneladas de plástico acabam nos oceanos do mundo, anualmente”.

“Mais e mais pessoas em todos os continentes estão a optar por levar os seus sacos reutilizáveis para as lojas, abandonando os plásticos descartáveis”. No entanto, a Zero Waste Europe refere que “não temos tempo para esperar que todos adiram a esta tendência”.

13 anos após o primeiro Dia Internacional Sem Sacos de Plástico, de acordo com Diretor Executivo da Zero Waste Europe, “devemos continuar a eliminar os sacos plásticos e a cultura do descarte que vem com eles”, acreditando que é “hora de agir para enterrar os sacos de plástico no museu do pior design do mundo”.

A Zero Waste Europe considera o saco de plástico uma criação que “mostra como nós, humanos, somos capazes de criar o pior design possível, escolhendo um material durável e versátil para uma aplicação de vida muito curta, que por sua vez causa um impacto ambiental desproporcional”.

Ainda sobre esta data, desde dia 1 que entrou em vigor em Portugal continental uma nova contribuição de 30 cêntimos+IVA, cobrada por cada embalagem de utilização única de plástico que sirva para acondicionar refeições prontas a consumir.

A contribuição, que terá de ser suportada pelos consumidores, será cobrada às embalagens de utilização única para alimentos e bebidas, fabricadas total ou parcialmente a partir de plástico ou multimaterial com plástico, que sejam adquiridas para refeições prontas a consumir nos regimes de take-away, drive-in e delivery.

Há entidades que já pediram o adiamento desta medida, nomeadamente a AHRESP - Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal e Deco Proteste - Associação de Defesa do Consumidor, por considerarem a medida “pouco adequada e desenquadrada do atual panorama económico e social, com a pressão inflacionista que afeta empresas e cidadãos”.

Rita Rodrigues, Diretora de Comunicação e Relações Institucionais da Deco Proteste, afirma que “não está em causa a medida como desígnio da sustentabilidade, mas sim o momento da sua implementação tendo em conta a situação económica atual e o peso crescente das despesas na carteira dos consumidores".

Carlos Moura, presidente da AHRESP, está “muito preocupado com os critérios de aplicação desta contribuição, desde logo por não considerarem a quantidade e tipo de plástico incorporado no produto, mas também, e fundamentalmente, pela inexequibilidade de aplicação da medida em várias atividades económicas”. 


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