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Opinião

Desmistificar a cultura do olival

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Desmistificar a cultura do olival

Foto: Rádio Voz da Planície de Beja

"O olival é uma cultura milenar na nossa região alentejana. Porquê? Porque se trata de uma cultura muito bem adaptada ao nosso clima mediterrânico. Talvez uma das mais bem adaptadas", sublinha Rui Garrido, presidente da ACOS - Agricultores do Sul, na crónica de opinião que pode ler e ouvir aqui.

"Por isso, com a chegada da água da barragem do Alqueva, a sua área, naturalmente, alargou-se bastante e, a pouco e pouco, foi ocupando as terras até então semeadas com cereais praganosos de outono/inverno, dando origem a uma paisagem complemente diferente.

O olival consome pouca água – praticamente metade da que foi calculada aquando da projeção do regadio do EFMA – poucos agroquímicos, alguns dos quais, como o cobre, utilizados em Modo de Produção Biológico e tem um papel relevante no combate à erosão dos solos.

Acresce que, em regadio, é explorado, na sua grande maioria, em Modo de Produção Integrada, com enrelvamento das entrelinhas, gerando biodiversidade e sustentabilidade ambiental. Funciona também como um sumidouro de dióxido de carbono: uma oliveira, para produzir a azeitona necessária à transformação de 1 litro de azeite, capta da atmosfera 11,5kg de carbono e emite apenas 1,5 kg de CO2. Apresenta uma rentabilidade acima da maior parte das culturas de regadio que se praticam na nossa região, o que também tem contribuído para a sua expansão.

Além do mais, não fosse a área tão significativa de olival no perímetro de rega do Alqueva (EFMA) e não seria possível pensar-se em expansão do regadio em mais de 30.000 ha, ou em fornecer tanta água a outras barragens pré-existentes, confinantes e outras.

Não percebemos, portanto, certas notícias, comentários, etc, que, de quando em quando, vêm a público, sem sentido, e que revelam em nossa opinião, na maior parte dos casos, muita falta de informação. Mas, infelizmente, por vezes, estas vozes influenciam pessoas com responsabilidades e poder de decisão. Foi o que aconteceu na fase final do Governo da “Geringonça” em que o então Ministro Capoulas Santos “preocupado” com o aumento da área desta cultura na zona de influência do EFMA, pediu à EDIA que elaborasse um estudo sobre a sustentabilidade do olival dentro deste perímetro de rega e suspendeu, entretanto, as ajudas ao investimento (apenas na área do EFMA), até que tal estudo fosse concluído.

A EDIA fez o trabalho e apresentou-o numa reunião do CAR ALQUEVA (Conselho para o Acompanhamento do Regadio de Alqueva) já ao tempo da Ministra Maria do Céu Antunes. Nele se pode ler que a sua expansão não apresenta qualquer problema, antes pelo contrário. Apenas apresenta algumas recomendações que são do senso comum e que não são exclusivas do olival. Falamos de proteção das linhas de água, da proximidade às populações ou preservação do património arqueológico.

Embora o assunto tivesse sido apresentado e discutido com a Ministra, logo na sua primeira visita à Ovibeja, o que é um facto é que até hoje, o olival dentro do EFMA continua a não ser investimento elegível no PDR2020/PEPAC.

Deixou-se de plantar olival? Não. Os grandes grupos económicos continuam a faze-lo, mesmo sem as ajudas comunitárias.

Esperemos que, agora, com o novo Ministro, ao qual já apresentámos este problema, este assunto seja finalmente resolvido."

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