O fundador do Campo Arqueológico de Mértola, de 83 anos de idade, é homenageado, nesta sexta-feira, às 17h00.
Museu de Mértola - Cláudio Torres é assim que se passa a chamar, a partir de agora, este espaço. Uma “homenagem e reconhecimento por mais de 40 anos de trabalho em prol da preservação e valorização do património do concelho.” A decisão foi tomada, por unanimidade, em reunião de Câmara, em setembro passado, com a respetiva atualização do Regulamento Interno do Museu de Mértola.
Hoje, dia 18, primeiro dia do encontro, o destaque, entre outros, vai para o tema “Profissionais de Museus: perfis, formação e carreiras”. Fica marcada, também, a sessão de abertura por intervenções de especialistas internacionais, e nacionais, bem como da secretária de Estado da Cultura, Isabel Cordeiro.
Esta sexta-feira, dia 18, termina com um concerto, com o maestro António Victorino D’Almeida, na Igreja Matriz, às 21h00.
Os Encontros de Outono resultam da organização conjunta entre o ICOM Portugal e a autarquia, através do Museu de Mértola e com colaboração do Campo Arqueológico.
No último dia dos Encontros de Outono do ICOM, ou seja amanhã, sábado, o programa fecha com uma visita, dos participantes aos vários núcleos museológicos da vila, que inclui a realização do percurso Basílica Paleocristã.
Em comunicado, a Concelhia de Mértola do Partido Comunista Português congratula-se com esta distinção.
No documento, o PCP de Mértola refere que “a justiça do agora sucedido, encontra profundas razões não só na elevada dimensão intelectual e política de Cláudio Torres, mas sobretudo na dinâmica que soube imprimir a todo um projeto de desenvolvimento para a vila e o seu concelho, contando com uma vasta equipa de colaboradores, mas também, e desde a primeira hora, com a participação da Câmara Municipal”.
É frisado, também, que “foi fruto da visão e incentivo de Serrão Martins nos finais dos anos setenta do século passado, então presidente comunista da Câmara Municipal, que Cláudio Torres chega a Mértola, tendo ambos então gizado, as bases daquilo que viria a ser um projeto imparável que tirou Mértola do anonimato.
Esse processo, depois aprofundado e consolidado com Fernando Rosa e Paulo Neto à frente dos destinos do Município, foi alvo, e durante bastante tempo, de muitas resistências e incompreensões a nível local. Felizmente, a solidez e determinação de Cláudio Torres, da sua equipa e do Município, fizeram com que progressivamente as entidades locais e as populações, percebessem que o património, nas suas múltiplas dimensões, mas em particular a arqueologia e a museologia, estavam a contribuir para uma dinâmica de desenvolvimento, que se afirmava como um dos esteios centrais do renascimento do concelho de Mértola.
Efetivamente, a experiência de desenvolvimento de Mértola preconizada por Cláudio Torres, e em resultado dos impactos socioeconómicos progressivamente gerados em domínios como a restauração ou o alojamento, e consequente criação de postos de trabalho, rapidamente ultrapassou as fronteiras do local, para se afirmar como um projeto pioneiro a nível nacional e internacional, demonstrativo de que a vertente patrimonial poderia ser, por vezes, uma das poucas âncoras que seguram os processos de afirmação identitária dos territórios.
Neste momento carregado de simbolismo por tudo o que representa em termos de reconhecimento da dimensão intelectual, cívica e política do homenageado, e de retrospetiva de um projeto de desenvolvimento que gerou riqueza e mudou definitivamente o modo como os poderes públicos passaram a olhar para a cultura no seu todo, a Comissão Concelhia de Mértola do PCP saúda calorosamente Cláudio Torres, afirmando que temos um enorme orgulho em que pertença a esta terra de corpo inteiro, que seja um dos nossos.”
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