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Cáritas de Beja acolhe 40 imigrantes timorenses que sindicato diz terem sido despejados

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Cáritas de Beja acolhe 40 imigrantes timorenses que sindicato diz terem sido despejados

Quarenta trabalhadores agrícolas de Timor-Leste estão alojados temporariamente em instalações geridas pela Cáritas Diocesana de Beja, após, segundo fonte sindical, terem sido despejados da casa onde moravam, na aldeia de Cabeça Gorda, na sexta-feira passada.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da Cáritas Diocesana de Beja, Isaurindo Oliveira, explicou que a instituição foi contactada, na sexta-feira, pela Segurança Social para acolher os imigrantes.

“Eram 40, 39 homens e uma senhora, e, portanto, depois de algumas negociações, a única coisa que fizemos foi disponibilizar parte do edifício da Casa do Estudante”, para o seu alojamento temporário, afirmou.

Além disso, quando estavam alojados na aldeia de Cabeça Gorda, a Cáritas “já lhes estava a fornecer as refeições, o almoço e o jantar, que a junta de freguesia vinha buscar”, pelo que agora, na cidade, os 40 trabalhadores timorenses, “vão comer às instalações” da instituição, acrescentou.

Segundo Francisco Franco, dirigente em Beja do Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal (SINTAB), os trabalhadores de Timor-Leste “chegaram a Portugal no passado dia 28 de julho, mais precisamente a Lisboa, e depois vieram para Beja”.

“Um dos timorenses com quem falei na Casa do Estudante, disse-me que, pelo aluguer desta casa na Cabeça Gorda, onde estavam mais trabalhadores de outras nacionalidades, cada um dos timorenses deu um sinal de 100 euros”, relatou.

No final da semana passada, “acho que na sexta-feira, só os timorenses foram expulsos pelo proprietário, mas o rapaz com quem falei não me quis dizer o motivo, talvez por temer represálias”, acrescentou o sindicalista.

Também foi pedido a cada um dos membros deste grupo “150 euros para lhes tratarem de tudo na Segurança Social e do NIF, mas nunca viram nada” e, de acordo com o que contaram, “só trabalharam sete dias, mas sem contratos de trabalho nem nada que os ligasse à empresa onde estiveram”, disse o dirigente do SINTAB.

O SINTAB argumentou à Lusa que este caso configura “claramente uma violação dos direitos laborais”, semelhante à que este sindicato denunciou, igualmente em Cabeça Gorda, em 29 de julho, envolvendo 28 imigrantes também de Timor-Leste.

Nessa altura, Francisco Franco, indicou que esses imigrantes tinham “uma promessa de trabalho” e que alguns “ainda chegaram a trabalhar, mas, “ao fim de um mês, foram dispensados e não lhes pagaram qualquer vencimento”, além de que o grupo teve que abandonar o alojamento onde estava instalado.

A Lusa tentou contactar, sem sucesso, o Centro Distrital de Beja da Segurança Social e enviou perguntas, por e-mail, ao Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, não tendo ainda obtido esclarecimentos.


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