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Canadianos avaliam venda da mina de Neves-Corvo. Sindicato preocupado com trabalhadores

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Canadianos avaliam venda da mina de Neves-Corvo. Sindicato preocupado com trabalhadores

Os donos da mina de Neves-Corvo (Lundin Mining) estão a ponderar a venda da mina de cobre e zinco, avaliada em mil milhões de euros, avançou a Bloomberg News, citando fontes com conhecimento do tema.

A companhia sediada em Toronto (Canadá) está em conversações com potenciais interessados enquanto explora opções para a mina situada em Santa Bárbara de Padrões (Castro Verde). Apesar da notícia desta possibilidade de venda, existe também o cenário possível de a Lundin decidir manter este ativo em Portugal.

A sociedade portuguesa da mina - a Somincor - é uma das 10 maiores exportadoras nacionais e emprega mais de 600 trabalhadores.

A mina de Neves-Corvo tem capacidade para processar cerca de 2,6 milhões de toneladas métricas de cobre por ano, segundo o site da Lundin . O projeto de expansão de zinco também está em execução de forma a atingir uma capacidade semelhante.

Contactada pela Rádio Voz da Planície, a empresa Somincor não tem para já comentários a fazer sobre esta matéria. No entanto, o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira (STIM) demonstra-se preocupado com esta situação e quer procurar respostas junto do Governo português.

Luís Cavaco, coordenador do Sindicato, disse que não estava à espera desta notícia, considerando que a empresa atingiu, em 2021, os melhores resultados dos últimos 28 anos e isso deveu-se ao empenho dos trabalhadores.

A preocupação é com os trabalhadores, com a região e com o País. Luís Cavaco reforça que, o Estado e as autarquias dos concelhos periféricos à mina “também deviam estar extremamente preocupados e ir à procura de respostas”, para que possam dar resposta ao sindicato que, por sua vez, irá dar respostas aos trabalhadores.

“Independentemente de vir outra empresa que provavelmente poderá vir a pagar melhor”, esta informação não deixa de ser uma preocupação para o STIM.

O Sindicato demonstra também preocupação com os trabalhadores mais jovens que, pela estabilidade da empresa, “deixaram outros empregos” para trabalhar na mina de Neves-Corvo.

Após este período de férias, o STIM afirmou que irá contactar o Governo português, e pedir que lhe seja facultado o caderno de encargos com o objetivo de saber o que se passa, concretamente, “nas costas dos trabalhadores”.

“O minério está a ali e alguém tem que o explorar”, frisa ainda Luís Cavaco, porém receia que as condições dos trabalhadores da Somincor possam piorar, seja ao nível de salários, seja ao nível das condições de trabalho.

A transição energética está a criar uma grande procura por várias matérias-primas, incluindo cobre. A maior empresa mineira do mundo, a australiana BHP Group é uma das companhias que tem estado a procurar por novos ativos produtores de cobre ou níquel, vitais para essa transição. A possível venda da mina de Neves-Corvo poderá igualmente despertar o interesse de outras empresas rivais do setor.

O valor das ações da Lundin em Toronto caíram um terço nos últimos 12 meses, valendo agora 4,5 mil milhões de dólares. Em julho deste ano, a companhia anunciou o aumento do seu investimento.

No entanto, a inflação e os desafios operacionais do setor têm vindo a “esmagar” as margens das mineiras, apesar da valorização das matérias primas.

A empresa canadiana controla minas em diversos países. Além desta operação em Portugal, a empresa tem também minas na Suécia, Estados Unidos, Chile e no Brasil, dedicadas à mineração de cobre, zinco e níquel.

O fundador de Lundin, o bilionário sueco-canadense Lukas Henrik Lundin, morreu em julho. Fundou a empresa com seu pai em meados da década de 1990 e foi membro do conselho e presidente por mais de 25 anos.


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