A mostra que celebra Jorge Vieira, por ocasião do seu centenário, propõe “compreender valores da arte moderna, nomeadamente os confrontos entre a figuração e a abstração”. Para o escultor, “esta foi uma questão essencial, manejada numa perspetiva de articulação, não de oposição”.
De acordo com o Município de Beja, “o ponto de vista que se escolheu é temático, centrado na figura do Touro, mas com articulações inesperadas que vão da auto-representação à elaboração de séries percorridas por uma inventividade transbordante”.
Por coincidência, Jorge Vieira, lisboeta e cosmopolita, escolheu Beja para acolher um pequeno museu com peças que ofereceu ao Município, sem saber que o touro simboliza esta cidade, “não só desde a sua fundação romana, mas muito mais atrás, como a literatura regista e a arqueologia confirma”, sublinha o texto divulgado pela autarquia, assinado por Raquel Henriques da Silva.
Para Jorge Vieira, “a modernidade tinha raízes pertinentes, por exemplo na escultura e na cerâmica antiga da área do Mediterrâneo”. Neste sentido, “os seus touros são um elo misterioso, relacionados com antiquíssima cadeia de símbolos que teve em Beja um palco dinâmico”.
“Não há resposta simples para estas coincidências mas as obras aqui estão: elas não explicam nada mas falam intensamente à razão e às emoções”, realça ainda o comunicado.
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