Tendo por base a garantia de água de três anos em períodos de seca oferecida pelo EFMA, foram realizados grandes investimentos particulares que contribuem não só para o desenvolvimento regional, mas também para a geração de riqueza ao nível regional e até nacional. Posto isto, esta captação pode colocar em causa a viabilidade deste empreendimento, uma vez que, tal como a APBA indica, na generalidade dos anos o escoamento disponível no Pomarão não será suficiente para abastecer esta nova demanda.
A APBA sublinha, em nota de imprensa, que o regime de caudais ecológicos a que a EDIA está obrigada é medido na secção do Pomarão, pelo que esta nova captação envolve sempre a libertação de caudais adicionais através das albufeiras de Alqueva e Pedrógão. A associação acrescenta que nos poucos anos em que o escoamento disponível possa ser suficiente para atender a este novo consumo estamos perante anos húmidos, em que não se justifica o reforço do abastecimento ao Algarve.
A captação espanhola de Boca-Chança, que tem funcionado sem a devida autorização de Portugal, fica localizada também junto à povoação do Pomarão, situação que é do conhecimento público e que Espanha pretende regularizar. Caso esta captação seja autorizada, Portugal corre o risco de ser ainda mais prejudicado por ficar numa posição de maior fragilidade. A APBA avança igualmente que, no pior cenário, as disponibilidades do EFMA ficarão comprometidas não só pela necessidade de libertação da água adicional para reforçar as águas do Algarve, como também o reforço da rega na Andaluzia, através do funcionamento desta captação de Boca Chança.
A Associação de Proprietários e Beneficiários do Alqueva, acrescenta que existem outras alternativas de localização para instalação destas captações de reforço, tais como as albufeiras de Odeleite-Beliche e Odelouca.
© 2024 Rádio Voz da Planície - 104.5FM - Beja | Todos os direitos reservados. | by pauloamc.com