"Falta uma visão integradora, amparada pelo poder político, que aposte em mecanismos de redução das assimetrias, pois só com um alcance de equilíbrios socio-territoriais é realizável um cenário de equidade.
Tem de existir vontade política para melhorar as acessibilidades à capital do Baixo Alentejo, pois as vias de comunicação geram um impulso decisivo para superar as barreiras geográficas, a aproximação aos mercados e a promoção de novas oportunidades económicas.
É necessário a requalificação das estradas nacionais que fazem a ligação à nossa capital de Distrito, garantindo a respetiva mobilidade, mas, também, a própria segurança dos automobilistas, uma vez que temos estradas muito deficitárias a necessitar, urgentemente, de obras, como o IP8 (desde a saída da A26 até Vila Verde de Ficalho); para já não falar da importância da conclusão da A26 e do IC27, contemplados no “Plano Rodoviário Nacional”.
É da mais elementar justiça a modernização e eletrificação da linha ferroviária Beja?Casa Branca e a construção do nó de ligação ao Aeroporto de Beja, por forma a poder utilizar-se, com frequência, a complementaridade com o Aeroporto de Lisboa. Para Beja beneficiar da sua centralidade geográfica seria, também, importante a complementaridade com o Aeroporto de Faro, sobretudo, nos casos de sobrelotação desta infraestrutura. Para isso, é necessário a recuperação da ligação ferroviária para o Algarve (Funcheira), consolidando-se a via do “corredor sul”. Infelizmente, este investimento não
foi incluído no PRR, tendo sido lançados, apenas, estudos de reabilitação do troço para 2030, no âmbito do “Programa Nacional de Investimentos”.
Reforçar o papel do comboio é contribuir para o desenvolvimento económico e social da nossa Região, mas, para tornar a nossa ferrovia eficiente e competitiva, são necessários investimentos nessas infraestruturas e, também, em material circulante e nos respetivos serviços que lhe estão associados.
As vias de comunicação desempenham um papel fundamental no desenvolvimento regional, proporcionando um maior intercâmbio entre as populações, ao nível social, cultural e económico, tornando mais ágil a circulação de produtos agrícolas e industriais, pois o que se passa numa unidade territorial está dependente do que se passa em unidades territoriais vizinhas, nas correlações que, estre elas, se estabelecem.
Necessitamos de uma rede de infraestruturas ferroviárias e rodoviárias que complementem os polos/eixos de desenvolvimento regionais, como são a barragem de Alqueva, a estrutura portuária de Sines e aeroportuária de Beja.
O Baixo Alentejo precisa de investimento público, em equipamentos e projetos estruturantes, através do recurso aos fundos europeus estratégicos, a programas de investimento ou no quadro orçamental do Estado, para fixar as populações e inverter a tendência do despovoamento e desemprego no nosso território.
Melhorar as infraestruturas deve ser visto como parte do desenvolvimento sustentável e de reforço da competitividade e da coesão territoriais.
O território é moldado ao longo do tempo pela ação de agentes económicos e pelas políticas públicas, que conferem maior ou menor potencial de desenvolvimento, que condicionam o nosso futuro.
São necessários projetos estruturantes e instrumentos eficazes geradores de riqueza para aumentar o potencial produtivo e reforçar a competitividade.
Por isso, é preciso caminhar no sentido de incrementar os níveis de coesão das regiões de baixa densidade, especialmente, promovendo a criação das infraestruturas necessárias para desenvolver e modernizar a nossa Região, o nosso Baixo Alentejo."
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