Os dados foram apurados pelo Gabinete Vítimas Em Rede de Apoio (VERA) e dizem, entre outros aspetos, que “em todos os cinco concelhos que constituem o território de intervenção existem situações de violência doméstica” e que as pessoas “ainda têm medo e vergonha” de recorrerem às forças de segurança ou serviços de apoio a vítimas”, segundo o Diário do Alentejo. É acrescentado que “mais de metade dos inquiridos revela, ainda, desconhecer a existência de qualquer serviço/instituição de apoio no âmbito da violência doméstica no seu concelho”.

Cerca de 20 por cento do universo dos inquiridos “são ou foram vítimas de violência doméstica e 57,8 por cento não têm conhecimento da existência de qualquer serviço/instituição de apoio no âmbito da violência doméstica no seu concelho.”

“Os dados indicam, igualmente, que na maior parte dos casos o agressor é o cônjuge (41,7 por cento), seguido do companheiro/a (16,5 por cento), e que o tipo de violência mais comum é a conjugação da física e psicológica (32 por cento), seguida da psicológica (18 por cento) e da física (14 por cento)”.

“Em 65,5 por cento dos inquiridos vítimas de violência, as situações ocorreram há mais de cinco anos, em 22,4 por cento há menos de cinco anos e em 12,2 por cento acontecem atualmente”.

“Ao questionário realizado, de forma aleatória e anónima, e disponibilizado em junho em vários serviços públicos dos cinco concelhos, e também online, responderam 597 pessoas, sendo que 34,3 por cento residem no concelho de Ourique, 22,9 por cento no concelho de Almodôvar, 15,6 por cento no concelho de Castro Verde, 13,7 por cento no concelho de Ferreira do Alentejo e 13,4 por cento no concelho de Aljustrel.

Ainda segundo a caraterização dos inquiridos, 41,2 por cento são casados e 22,4 solteiros; 32,5 por cento têm entre 36 e 45 anos e 23,5 por cento entre 26 e 35; e 79,1 por cento são mulheres e 17,1 por cento Homens”, pode ler-se no Diário do Alentejo.