O médico da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA) Telo Faria é distinguido nos 40 anos da Infeção por VIH em Portugal. A cerimónia realiza-se na tarde desta terça-feira, dia 10, na presença da ministra da Saúde. Neste contexto, Telo Faria falou sobre a evolução dos tratamentos desta doença, nestas últimas décadas, no País e no distrito. O Consultor em Medicina Interna da ULSBA afirma que "ainda há estigma no que se refere aos doentes com VIH" e que "o hospital de Beja foi dos primeiros a administrar medicação injetável, e no Sul do País, o único a fazê-lo".
A Direção-Geral da Saúde, através do Programa Nacional para as Infeções Sexualmente Transmissíveis e Infeção pelo VIH, e no âmbito dos 40 anos da Infeção por VIH em Portugal, homenageia, no dia 10 deste mês, o Consultor em Medicina Interna da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA), Telo Faria, pelo "contributo dado a esta área em algum momento da sua carreira profissional".
A cerimónia de entrega de prémios simbólicos ao Consultor de Medicina Interna da ULSBA, Telo Faria, e a outros profissionais do País que irão ser distinguidos, igualmente, neste âmbito, irá decorrer de hoje a oito dias, dia 10 de setembro, no pequeno auditório da Culturgest, em Lisboa, a partir das 14h30, na presença da ministra da Saúde, Ana Paula Martins.
Telo Faria explica que "em 30 anos o VIH passou de doença mortal para crónica" e que isso significou "uma evolução excecional" e deu um exemplo, esclarecendo que "se o doente tiver carga viral zero, a transmissão, por via sexual, não acontece". Deixou, contudo, a nota de que "o estigma em relação a estes doentes ainda existe, mas sem razão para tal".
"No início, os doentes do Baixo Alentejo eram tratados em Lisboa e isso significava um custo elevado para a ULSBA. Neste tempo, muitos não recebiam o tratamento adequado e a transmissão era mais vincada. Depois do ano 2000, com a criação da equipa multidisciplinar que trata os doentes com VIH a situação alterou-se com benefícios significativos para doentes, ULSBA e saúde pública. Hoje são à volta de 250 os doentes seguidos na Consulta Externa e o hospital de Beja foi dos primeiros do País a administrar medicação injetável, de dois em dois meses, e o único no Sul, Alentejo e Algarve, a fazê-lo. Como doença crónica, o VIH já era tratado com um comprimido por dia, sem efeitos secundários, agora esta novidade significa, uma vez mais um grande avanço", partilhou o Consultor em Medicina Interna Telo Faria.
Biografia do Consultor em Medicina Interna da ULSBA Telo Faria:
No presente, o Consultor em Medicina Interna da ULSBA, Telo Faria, integra o Conselho Consultivo da Direção do Núcleo VIH da SPMI, é coordenador da Região Alentejo das IST e Infeção VIH/SIDA e da Região Alentejo das Hepatites Virais. É responsável da Equipa Multidisciplinar das Consultas: Doenças Infeciosas, Prof. Pós-exposição e Prof. Pré-Exposição e participa em atividades formativas a nível hospitalar, regional e nacional. É presidente, moderador, palestrante e elemento de Comissões Cientificas e Organizativas de eventos nacionais e internacionais. Tem publicações em revistas e Atividade de Investigação Científica em termos nacionais e internacionais e é Revisor Científico da “Medicina Interna”, na revista da SPMI.
No passado integrou o Comité Científico da Norma de Profilaxia de Pré-exposição da DGS, coordenou o Núcleo VIH/SIDA da SPMI, foi diretor do Núcleo VIH/SIDA da SPMI, responsável da “Associação Colaborativa da Infeção VIH/SIDA da Região Alentejo” e integrou a Comissão Distrital de Luta contra a SIDA do Baixo Alentejo. Fez a Pós-Graduação/1.º Curso Nacional de Formação e Atualização em Infeção VIH/SIDA, um Estágio no Serviço de Doenças Infeciosas-Hospital de Egas Moniz e foi professor do Instituto Politécnico de Beja – disciplina de Doenças Infeciosas, na Escola Superior de Saúde. Fez parte, igualmente, da equipa responsável pela conceção dos “referenciais de formação no domínio da VIH/SIDA”, bem como da de “Médicos Especialistas em SIDA” da “InterSIDA”.
