Na quarta-feira, dia 29, foi publicado em Diário da República um despacho assinado pelo secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Santos Mendes, sobre a "definição de procedimentos relativos ao desenvolvimento da avaliação ambiental estratégica do Plano de Ampliação da Capacidade Aeroportuária da Região de Lisboa".
Entre outras medidas, o despacho determina o "estudo da solução que visa a construção do aeroporto do Montijo, enquanto infraestrutura de transição, e do novo aeroporto 'stand alone' no Campo de Tiro de Alcochete, nas suas várias áreas técnicas."
Contudo, António Costa determinou, quinta-feira, a revogação do despacho que aponta os concelhos do Montijo e Alcochete como localizações para a nova solução aeroportuária da região de Lisboa, desautorizando o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, que quarta-feira apresentou esta proposta.
Em declarações à Voz da Planície, João Dias, deputado do PCP eleito por Beja, começou por avaliar a resposta aeroportuária nacional. “Portugal neste momento tem três aeroportos a funcionar, todos a atingir a capacidade máxima”, ao nível de lotação de passageiros. O aeroporto de Beja "deve ser aproveitado em todas as suas potencialidades” e “integrado no sistema aeroportuário nacional”.
No entanto, reconhece a “necessidade de se fazer o investimento num aeroporto de Lisboa”, mas sem ser “integrado na malha urbana”, assim como não concorda com a construção, ainda que temporária, de um aeroporto no Montijo.
“Aquilo que é anunciado pelo Governo é incompreensível”, reflete João Dias, reforçando que não entende “como se pode pensar em gastar mais de 600 milhões de euros modernizando a Portela”, gastar ainda mais fundos no aeroporto do Montijo com uma pista, para posteriormente encerrar estas duas infraestruturas e construir “um terceiro aeroporto no campo de tiro de Alcochete”.
Para o deputado, o Governo está “a seguir à linha os interesses da multinacional francesa, que é dona da ANA” (Aeroportos de Portugal), referindo que a empresa está a “pensar na obtenção do lucro máximo e por isso não investe o que já devia ter investido em Beja”.
João Dias relembra que o aeroporto de Beja é um projeto faseado, “estando muito aquém do que já deveria estar feito”. As novas fases estão por construir porque “há este obstáculo e esta barreira".
Falou ainda sobre as últimas audições na Assembleia da República, onde todos concordaram que “a solução melhor, em termos da concretização de um aeroporto que sirva a capital, é a construção no campo de tiro de Alcochete”, não colidindo com “aquilo que é necessário investir no aeroporto de Beja”.
“A opção clara do Governo é o absoluto esquecimento do aeroporto de Beja” e esta opção não “coloca em equação aquilo é a potencialidade que o aeroporto Beja pode oferecer ao sistema aeroportuário nacional”, termina João Dias.
A Rádio Voz da Planície tentou ouvir um dos deputados do PS, eleitos pelo círculo eleitoral de Beja, mas não foi bem sucedida. Contamos contudo, ouvi-los sobre esta matéria esta sexta-feira.
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