O Aeroporto de Beja celebra já no próximo mês de abril, no dia 13, 10 anos de atividade e continua sem ser o “importante ativo da rede de transportes da região” que apesar de reunir “todas as condições” ainda não se constituiu “como uma infraestrutura fundamental para o desenvolvimento do Alentejo”, continuando sem “levantar voo”.
Juvenália Salgado, comentadora do “Falar Claro”, falou do “investimento da MESA, na construção de um hangar e agora da sua plataforma logística”, lembrou “o voo inaugural para Cabo Verde, há 10 anos” e o facto, de “só nesta pista conseguirem aterrar os aviões «gigantes»”. Acrescentou que “considerar Beja, no contexto atual, é gastar menos dinheiro, não ter obstáculos ambientais, ter espaço aéreo livre e apostar, tal como refere o estudo da FIRMA, na coesão territorial”. Para Juvenália Salgado “apostar em Beja e no seu aeroporto é defender a descentralização, promover o Interior e o Alentejo, assim como potenciar o investimento nas acessibilidades rodoviárias e ferroviárias tão necessárias”.
José Maria Pós de Mina, comentador do “Falar Claro”, frisou que “o aeroporto de Beja tem potencialidades e deve ser colocado ao serviço da região e do país, beneficiando esta infraestrutura dos investimentos a serem feitos, mas que continuam em falta, na rodovia e ferrovia”. Lembrou que “a possibilidade de ser uma plataforma logística não deve ser abandonada”. Para José Maria Pós de Mina “as possibilidades de investimento no aeroporto, assim como na rodovia e ferrovia devem avançar, independentes uma da outra, não servindo nenhuma de condição para a outra”. Mas o mais urgente mesmo, na sua opinião, “é alterar o modelo de desenvolvimento da região e permitir que o aeroporto avance privilegiando o interesse público e a sua interação com a comunidade local”.
José Pinela Fernandes, comentador do “Falar Claro”, é claro quando diz que “o Alentejo precisa deste aeroporto para combater a desertificação” e que “o Interior tem sido muito prejudicado pelas opções políticas”, dizendo mesmo que “se estivesse em Évora já tinha «levantado voo»”. “Com a posição estratégica indiscutível de Beja, que está praticamente à mesma distância de Lisboa e de Faro, com o terreno que ocupa podendo expandir-se até aos 100 hectares, não se percebe como está”. Defende “a criação de benefícios fiscais, no que se refere ao transporte de cargas”, que se “devem cativar voos privados e públicos e assegurar as necessárias acessibilidades condignas”.
Há muito para dizer sobre o aeroporto de Beja, mas na Voz da Planície decidimos recordar aquela parte da sua história que está mais esquecida, pois a mais recente ainda está muito presente. Foi José Maria Pós de Mina quem recordou que esta infraestrutura começou a ser mencionada como fator de desenvolvimento do território em 1987, ainda enquanto terminal. As matérias do triângulo de desenvolvimento, tão falado, aeroporto/alqueva/Porto de Sines, chegaram depois. Recordou, ainda, e nós reportamos, a criação da EDAB, empresa de desenvolvimento do aeroporto que envolvia diversas entidades, em relação estreita com as da região. Foi extinta com a privatização da ANA. Falou, ainda, José Maria Pós de Mina, do Grupo de Trabalho para viabilização do aeroporto, que integrou em conjunto com outras individualidades, assim como das conclusões a que chegou: revisão do plano estratégico; captação de investimentos, envolvimento de diversas estruturas; criação de um Conselho Consultivo; aeroporto industria, de carga e de passageiros; integração desta infraestrutura no cluster nacional e desenvolvimento turístico. Todas por cumprir.
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