Paulo Arsénio explica que “a placa só tem capacidade para 12 aeronaves e a aerogare para 250 passageiros por hora”.
O presidente da Câmara da capital de distrito, que integra também o Conselho Consultivo do aeroporto de Beja, nomeado pela Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo (CIMBAL), esclarece que “receber voos civis de outros aeroportos, como o de Lisboa e Faro, é possível assim os operadores o entendam” e desde que “sejam devidamente orientados para a realidade deste espaço aéreo e entre dois a sete por dia, se forem mais será outra Portela”.
Paulo Arsénio revelou à Voz da Planície que na última reunião do Conselho Consultivo, a ANA e a Vinci, responsáveis pela gestão do aeroporto de Beja, estão disponíveis para “ampliar placa e lotes disponíveis, no sentido de se tornar esta infraestrutura aeronáutica mais estruturante, com ligação de carga a Sines”.
Está, ainda, prevista, para “o final deste mês, uma reunião com a empresa responsável pelo estudo ambiental do ramal ferroviária para o aeroporto de Beja, para ser avaliada a sua viabilidade”, revelou, igualmente, o autarca da cidade.
O desenvolvimento do aeroporto de Beja - e de outras infraestruturas da região, entre elas a da linha férrea e o seu ramal direcionado para este espaço aéreo - foi discutido na última reunião do Conselho Intermunicipal da CIMBAL. Neste encontro, foi o autarca de Cuba quem sublinhou que o “Orçamento do Estado (OE) 2022 não contempla nenhuma destas matérias, deixando de fora o território” e que o “aeroporto de Beja tem de tornar-se internacional, de passageiros e de carga”. Considerações que fez chegar à Voz da Planície.
O presidente da Câmara de Cuba lembra, igualmente, a importância que tem para a região, e para o seu concelho, o desenvolvimento desta infraestrutura e a efetivação do ramal ferroviário para o aeroporto. Cuba tem uma ligação rodoviária de 10 quilómetros até ao aeroporto e a sua estação de caminhos de ferro será a última antes do ramal, relevou.
Defende João Português, igualmente, que é preciso existir “uma atitude concertada na defesa do desenvolvimento do território, de modo a que autarcas - eleitos pelo povo e a quem compete tomar decisões - e população tenham influência no seu sucesso. Todos têm que fazer a sua parte”.
Na sessão da Assembleia Municipal de Beja, desta semana, foram apresentadas, e aprovadas, moções da Coligação Democrática Unitária (CDU) e Beja Consegue!, a defender o desenvolvimento do aeroporto de Beja.
No documento da moção da CDU, o aeroporto é mencionado como polo de desenvolvimento, mas de forma integrada para o território e com outras infraestruturas também em falta, nomeadamente na rodovia e ferrovia.
A moção do Beja Consegue! diz que “é urgente rentabilizar-se o aeroporto através: do empreendimento de Alqueva; da estrutura portuária de Sines; das operações da Embraer em Évora; da captação da indústria aeronáutica e do desenvolvimento do turismo no Alentejo”.
O Partido Socialista (PS) entregou na Assembleia Municipal de Beja uma declaração. Considera que o aeroporto “deve ser potenciado ao lado de Alqueva e Porto de Sines”. Acrescenta que “está a fazer o seu caminho na indústria” e que na vertente passageiros “pode ser oportunidade de crescimento, mas de forma consolidada”.
Em nota de imprensa, a Concelhia do Partido Social Democrata (PSD) diz que "apesar das limitações atuais do aeroporto de Beja", o mesmo "deve ser alternativa para desanuviar os restantes aeroportos do País” e que “não se deve ficar de braços cruzados relativamente a esta matéria”.
Transporte de passageiros e de mercadorias, aparcamento, manutenção e indústria são as várias possibilidades, e potencialidades, apontadas, assim como defendidas pelas diversas forças vivas da região para o aeroporto de Beja.
O aeroporto de Beja fez, em 2021, uma década e foi, também, no ano passado que se ficou a saber que “não é alternativa ao Montijo”, de acordo com declarações de António Costa, primeiro-ministro.
Foi revelado, ainda em 2021, que a Mesa quer ampliar o seu negócio, que os voos premium têm aumentado e que há uma empresa, ligada à indústria farmacêutica, que pretende fazer transporte, logística, armazenamento e distribuição a partir desta infraestrutura, assim como a previsão da ampliação do aeroporto para o “lado ar”.
Recordamos que o primeiro avião para “manutenção e linha” no hangar da Mesa, instalado no aeroporto de Beja, entrou em janeiro de 2021 e marcou o início da manutenção de aeronaves com a realização de trabalhos num A-321 da empresa-mãe "Hi Fly".
São 110 os postos de trabalho no aeroporto de Beja. 86 são funcionários da Mesa e 24 têm funções na ANA e noutros serviços. O aeroporto movimentou, em 2020, 2500 pessoas e registou 160 operações de voos premium.
Esta infraestrutura resultou do aproveitamento civil da Base Aérea N.º 11 de Beja e representou um investimento público de 33 milhões de euros.
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