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Opinião

"Aeroporto, Alta Velocidade, Instituto Politécnico e NERBE"

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"Aeroporto, Alta Velocidade, Instituto Politécnico e NERBE"

Foto: Rádio Voz da Planície de Beja

"Agora que inicio aqui esta rubrica, quero agradecer à Rádio Voz da Planície a oportunidade de, periodicamente, poder partilhar convosco alguns assuntos que mereçam destaque e que, de alguma forma, possam ser importantes e positivos para o desenvolvimento da nossa vida coletiva, na região", sublinha Aníbal Reis Costa, vice-presidente, da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo (CCDRAlentejo), que pode ler e ouvir aqui.

"São vários os assuntos que abordo desta vez. Começo com o Aeroporto de Beja, dado que o panorama geral (macro) foi substancialmente marcado pela opção do governo por uma das localizações apontadas pela Comissão Técnica Independente que esteve a analisar as várias hipóteses que estavam em cima da mesa para a localização do novo Aeroporto.

Assim a principal infraestrutura aeroportuária do País, vai ser construída em Alcochete – no mesmo local que há mais de 16 anos tinha sido anunciado por um governo, liderado por José Sócrates. O Aeroporto Humberto Delgado, vai fechar. Será alvo de obras que ampliarão o seu espaço, o que permitirá resolver no curto prazo os constrangimentos que se voltam a sentir com o forte crescimento do turismo, mas depois, com o novo aeroporto designado Luís de Camões já a funcionar, o que se prevê que aconteça em 2034, será desmantelado. Num país cujo setor do Turismo é fundamental para a economia e criação de riqueza, e que, trimestre, após trimestre, bate recordes de proveitos, com crescimento a verificar-se em todas as regiões do País, é fundamental que exista uma resposta rápida, eficaz e pronta, sendo essencial para o nosso crescimento económico.

Vários agentes políticos e económicos já se mostraram favoráveis a que o Aeroporto de Beja possa assumir um papel de Aeroporto de transição, até que o Novo Aeroporto nacional seja concluído e esteja apto para a sua função principal.

Para que tal aconteça deve continuar o investimento na melhoria contínua das condições e recursos das entidades oficiais já lá presentes (controlo de fronteiras, controlo aduaneiro) que desempenham um papel muito relevante na qualidade de serviço do aeroporto de Beja.

A BA11 e o Aeroporto devem continuar a promover todos os esforços para otimizar a infraestrutura. A manutenção de aeronaves (a empresa MESA prepara a construção do segundo Hangar) e a aviação executiva continuam a ser as principais operações em Beja, registando-se pontualmente algumas operações charter. Ora com a necessidade de um Aeroporto pronto a funcionar (com as limitações conhecidas) Beja beneficiando ou não de obras da placa de estacionamento e aerogare, é a SOLUÇÃO para o problema!

Perguntarão alguns...e as acessibilidades rodoviárias? A resposta é dada pela REQUALIFICAÇÃO do IP8 que será assegurada nos próximos anos (relembro que o troço entre Santa Margarida do Sado e Ferreira do Alentejo poderá começar ainda este ano) e o de Ferreira-Beja para 2026/27, assegurado pelo Programa de Recuperação e Resiliência.

O Governo tem, assim, uma oportunidade ÚNICA de potenciar e desenvolver o AEROPORTO DE BEJA e uma NECESSIDADE ÓBVIA! Outro assunto que quero destacar diz respeito à ferrovia, com o anúncio divulgado da construção de uma nova linha, de alta velocidade, entre Lisboa e Évora, alicerçada na nova ponte sobre o Tejo, entre Chelas e o Barreiro (ao contrário do aeroporto...ainda não lhe foi atribuída nome!) que complementará o troço que está a ser concluído entre Évora e Elvas. É objetivo, segundo o governo de ter em 2034 uma ligação de alta velocidade entre Lisboa e Madrid que dure à volta de três horas.

Ora tal infraestrutura será muito importante para a região porquanto significará “reforçar a coesão social, económica e territorial do País e contribuir para a criação de um espaço europeu de transportes, eficientes e sustentáveis, que proporcione mais benefícios aos seus utilizadores e que apoie o crescimento inclusivo”.

Mas, acrescento eu, tendo presente as iniciativas, equipamentos, infraestruturas da região, que não podem, de forma alguma ser desaproveitadas. Entronca muito com a questão do Aeroporto de Beja, e da necessidade em continuar-se a pensar numa ligação ferroviária, potenciando as sinergias intra-regionais e fomentando o espaço da coesão do território.

Há, reforço, oportunidades únicas que não podem ser dissociadas e desaproveitadas!

Em terceiro lugar, quero destacar uma entidade que, por muitas e variadas razões nem sempre merece o destaque positivo e, não poucas vezes, nos últimos tempos, aparece por razões menos “nobres” – o Instituto Politécnico de Beja que é e continua a ser um pilar fundamental para o desenvolvimento do Baixo Alentejo. Em concreto um destaque muito especial para o UBINET (Segurança Informática e Cibercrime do IPB) cujos trabalhos de investigação e desenvolvimento de serviços têm sido procurados pelas maiores empresas nacionais, ou mesmo a Procuradoria-Geral da República, com participação direta, inclusive em grupos de trabalho da INTERPOL. Este serviço de referência nacional, organiza esta semana o “SIMSIC 2024 – Simpósio de Segurança Informática e Cibercrime, desta vez com o tema da “Inteligência Artificial e Cyberintelligence”, que conta com a presença de vários especialistas nacionais e os três maiores fabricantes de cibersegurança a nível mundial. Uma referência nacional e internacional que urge acolher e promover e, seguramente, necessita de maior envolvimento da comunidade local/regional pela sua importância. Devemos, entidades locais e regionais, estar cientes do quão relevante é ter este know-how no IPB.

Mesmo a terminar, uma palavra de congratulação pelo trabalho desenvolvido pelo NERBE (Associação Empresarial do Baixo Alentejo e Litoral) cuja tomada de posse dos órgãos ocorreu na passada segunda-feira e que, tem sabido verdadeiramente procurar defender o interesse regional, estando próximo de entidades económicas sem esquecer o tecido social do Baixo Alentejo. Muitas felicidades e bom trabalho!"

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