Leopoldina Almeida escolheu o Alentejo para viver e trabalhar há anos. Não sendo da região estranhou quando cá chegou determinados hábitos e costumes, mas ao longo dos anos foi decidindo aqui permanecer e tem sido aqui, também, em Beja, que tem desenvolvido a sua atividade profissional, muito ligada aos alunos que estão mais afastados do ambiente escolar e em contextos de vulneráveis. Viu, igualmente, crescer a sua família e tem uma filha já adulta, a enfrentar o mercado de trabalho.
“Ser professora é uma profissão muito de mulheres, mas os cargos de direção nas escolas são ocupados, maioritariamente, por homens”, começa por referir Leopoldina Almeida. É branca, vive num país europeu e conta com muitos privilégios que outras mulheres, em circunstâncias bem diferentes, não têm, reconhece Leopoldina Almeida e por isso mesmo, considera que “ainda há muitas lutas por travar para se chegar à igualdade desejada”.
Falando sobre o trabalho académico que professores e professoras estão a conseguir fazer durante o confinamento, Leopoldina Almeida diz que a produção deles aumentou e que a delas diminuiu, frisando que “o papel de homens e mulheres neste período não é igual”. Para Leopoldina Almeida “estar em teletrabalho, ter filhos em casa com aulas on-line e gerir as tarefas domésticas são realidades que estão a sobrecarregar as mulheres neste confinamento”.
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