fotos: Tiago Fezas Vital

A celebração aconteceu nos dias 2, 3, 4 e 5 de novembro, com uma sessão extra neste último dia, às 17h30. Cinco concertos e todos com a sala do Teatro Tivoli repleta de fãs. O ambiente perfeito para os Xutos & Pontapés fazerem o que sempre gostaram de fazer, partilhar os efeitos que boas doses de rock têm tido nas suas vidas. As fotos e vídeos oficiais, assim como os momentos captados pelo público e partilhados na redes sociais, mostram bem as expressões espelhadas nas feições de Tim, Kalú, João Cabeleira e Gui. Para homenagear devidamente Zé Pedro, entregaram a responsabilidade da segunda guitarra a Tó Trips (Dead Combo), que de acordo com muitos dos comentários publicados por espectadores, não foi um mero convidado, foi um quinto elemento, mesmo sabendo que para os fãs, "ninguém substitui o Zé Pedro".

Para que todos os que participaram nesta celebração fizessem a devida viagem pela história dos Xutos & Pontapés, a acompanhar o alinhamento dividido em duas partes, foram projetadas imagens recolhidas em vários momentos da vida da banda e que integram uma exposição com curadoria dos próprios, enquanto se fizeram ouvir algumas das suas músicas mais emblemáticas. "Som da Frente", tema criado por encomenda de António Sérgio para o seu conhecido programa de rádio com o mesmo nome, fez o arranque. Seguiram-se "Esquadrão da Morte", "1º de Agosto", "Conta-me Histórias", "Remar, Remar", "A Minha Aventura Homossexual com o General Custer", "Sou Bom" e "A Minha Casinha" fechou a primeira parte do concerto. Na segunda metade, e já com Tó Trips em palco, ouviram-se "Contentores", "Sai P'ra Rua", "Pensão", "Desemprego", "Esta Cidade", "N'América", "Não Sou o Único", "Vida Malvada" e, claro, "Circo de Feras". Mas, pelo menos um encore também já estava na lista e dele fizeram parte "Morte Lenta" e "À Minha Maneira".

E, é mesmo com uma maneira única de estar na música e na sociedade, que os Xutos & Pontapés continuam a mostrar que o rock está bem mais vivo e presente na nossa vida do que muitos imaginam, conseguindo contrariar o que as novas tendências ditadas pelas plataformas digitais tentam ofuscar. Há um lugar que é do rock e há cada vez mais jovens artistas a beber das suas influências e a criar novas ramificações nesta árvore com quase um século de existência e alguns deles são filhos de membros desta grande banda que continua a fazer história.

Agora, é esperar que esta celebração d'"O Circo de Feras" continue e se espalhe por todo o país.