Fotos: Ana Baião / design e grafismo: Anna Turtsina e Daria de Guigné (Teremok Design)

São cento e sessenta páginas e um CD com dezanove modas, num digibook que regista exemplarmente um trabalho desenvolvido ao longo de dois anos e meio, para o qual o Rancho de Cantadores de Paris convidou, em 2018, dezasseis artistas e grupos inspiradores da cena musical alentejana, que complementam da melhor forma este registo que celebra o cante alentejano e a sua elevação a Património Cultural Imaterial da Humanidade. O mentor do projeto, Carlos Balbino, diz que "é simples: a partir do olhar exógeno de um grupo vocal constituído maioritariamente por elementos extra-lusófonos, pintar um quadro eclético com a variedade do Cante contemporâneo, misturando-o com as vozes formadas na capital francesa".

Ao Rancho de Cantadores de Paris, neste 'Alentejo ensemble', juntaram-se então o Grupo Coral e Etnográfico Feminino "As Papoilas do Corvo", Grupo Coral e Etnográfico da Casa do Povo de Serpa, Grupo Coral Etnográfico "Os Camponeses de Pias", Grupo Coral da Academia Sénior de Serpa, Os Alentejanos, Grupo Coral "Os Cantadores do Desassossego", Grupo Coral e Etnográfico "Os Ceifeiros de Cuba", Grupo Coral Feminino "As Ceifeiras de Pias", Alentejo Cantado, Grupo Coral e Etnográfico "Os Ganhões de Castro Verde", Monda, Grupo Juvenil de Vila Nova de São Bento e UXUkalhus. Este trabalho conta ainda com os contributos de Nelson Conde, Pedro Mestre, Celina da Piedade, António (Tó Zé) Bexiga, e Francisco Pestana.

Os textos foram concebidos em português por Carlos Balbino e traduzidos em francês por Marie Odile Thiry-Duarte, com o intuito de aproximar o público francófono do universo das polifonias do sul português. As ilustrações são da autoria de Anna Turtsina, tal como o desenho gráfico, com o apoio de Daria de Guigné (Teremok Design), e o trabalho fotográfico foi assinado por Ana Baião. Dois testemunhos são feitos por Mariana Cristina e Filipe Pratas, e o prefácio é redigido pela Profª. Drª. Salwa El-Shawan Castelo-Branco. O trabalho de estúdio foi conduzido por André Espada, dos estúdios Musibéria, em Serpa. O projeto "Alentejo ensemble" conta com o apoio da Câmara Municipal de Serpa, Direcção Geral da Cultura do Alentejo, o Instituto Camões de Paris (Embaixada de Portugal), e de todos os que fizeram doações nas duas campanhas de financiamento participativo.