Depois de editar "Cajarana" em 2020, André Henriques fugiu da cidade para o campo e deixou que essa experiência o guiasse na procura de novas palavras e sonoridades. Em "Os Fantasmas de Amanhã", revelou novas cores na sua música, onde se ouvem clarinetes por cima de um groove desacelerado, algures entre a soul de Marvin Gaye, a alma de Tim Maia e o nervo de Vic Chesnutt.
E sobre aquele que foi o single de apresentação de "Leveza", o seu segundo álbum, André Henriques confessou: "Ainda hoje recebo cartas endereçadas ao antigo proprietário da casa onde estou. Ele já faleceu há uns anos, mas por alguma razão nunca encontro coragem para informar o carteiro de que o senhor já não mora aqui. É como se estivesse nas minhas mãos o seu último fôlego, uma remota possibilidade de existir. Dei por mim a pensar que um dia alguém vai receber as minhas cartas. Ironicamente, o meu amigo Paulo Segadães, fotógrafo e músico que realizou este bonito filme, já foi carteiro há muitas vidas atrás e soube exactamente o que fazer com tudo isto. Filmámos na cozinha da Cave, a casa-estúdio do Domenico e do Ricardo, onde gravei as canções do meu novo disco a solo."
Depois revelou um pouco mais do seu novo dia-a-dia no tema "As Janelas São de Abrir", cuja letra espelha bem o efeito da mudança de vida e morada e a descrição de André Henriques é perfeita: "Agora que troquei aviões por pássaros / Sei que trazem menos gente e as janelas são de abrir / Agora que troquei multidões encarceradas por rebanhos nas encostas / Cutucando os narizes nos seus carros amestrados, que já sabem o caminho / Vão de casa para o trabalho a ouvir canções felizes..."
"Espanto" é o título do terceiro single que saiu no mesmo dia da edição do disco, 22 de Setembro, cujo vídeo resulta da parceria com Paulo Segadães, tal como os dois anteriores, fechando a trilogia proposta para este novo trabalho, que já se encontra disponível em todas as plataformas digitais, bem como em formato vinil.
O álbum "Leveza" de André Henriques conta com a participação do baterista e percussionista Domenico Lancellotti (Orquestra Imperial, Adriana Calcanhotto) e o multi-instrumentista Ricardo Dias Gomes (Caetano Veloso). O álbum foi gravado na íntegra em Lisboa, no estúdio Cave, e contou ainda com uma outra colaboração vinda do Brasil para a mistura e masterização, que ficou a cargo de Daniel Carvalho no estúdio Dois Irmãos (Rio de Janeiro).
Nas próximas datas de apresentação do seu segundo álbum, André Henriques passa pelo Teatro Maria Matos, em Lisboa, a 15 de Novembro, e no Porto, o concerto acontece no Plano B, a 17 de Novembro.
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