A urtiga nasce da amizade de dois músicos e da simbiose de dois trajectos: um debruçado sobre a canção e a poesia, o outro dedicado à viola braguesa, instrumento tradicional português, que aborda sob uma nova perspectiva. João Pires de Almeida (guitarra clássica, ukulele, voz) e João Diogo Leitão (viola braguesa, voz) regam a urtiga com as influências e inspirações dos quatro grandes cantautores da música portuguesa. José Afonso, José Mário Branco, Sérgio Godinho e Fausto, bem como de Chico Buarque, Léo Brouwer, Carlos Paredes, Radiohead, Frank Zappa ou Thelonious Monk.
É, assim, um projecto de música e poesia original que explora o formato canção. Com a bagagem dos percursos musicais e influências, procurando caminhos menos trilhados e uma abordagem fresca à canção - um híbrido entre a música de câmara erudita e o imaginário do cantautor.
João Almeida ingressou, em 2004, na escola de Jazz do Hot Clube de Portugal, onde estudou guitarra Jazz e improvisação com, entre outros, Bruno Santos, Afonso Pais, André Fernandes, Pedro Moreira e João Moreira. Em 2005 ingressou, paralelamente, na Escola de Música do Conservatório Nacional, na classe do professor António Almas. Apresentou-se diversas vezes como solista, tendo gravado em directo para a Antena 2 na casa da América Latina, em 2008. Colaborou com o cantautor B Fachada, tendo gravado nos discos “Até Toboso” e “Um fim-de-semana no Pónei Dourado”. Apresentou-se em diversas salas enquanto músico de Jazz, tais como o Teatro S. Luís, o Centro Cultural de Lagos, a Fábrica de Braço de Prata, o Hot Clube de Portugal, ou o Festival de Jazz Mar Alto. Em 2009 integrou a classe do guitarrista e pedagogo Dejan Ivanovic na Universidade de Évora, onde estuda com Christopher Bochmann, Amílcar Vasques Dias, Filipe Melo, João Vaz, Ana Telles, entre outros.
João Diogo Leitão tem um percurso musical intimamente ligado à guitarra clássica, enquanto intérprete. Tendo feito a sua formação superior na Universidade de Évora e, posteriormente, no Conservatório Real de Haia nas classes dos professores Dejan Ivanovic e Zoran Dukic, respetivamente, assumiu-se desde cedo como um dos talentos da sua geração, tendo sido premiado e distinguido em vários concursos, destacando-se, especialmente, o 1º lugar no “Prémio Jovens Músicos”, Nível Superior. Sucederam-se concertos enquanto solista com a Orquestra do Norte, Orquestra Metropolitana de Lisboa, Orquestra Clássica da Madeira e Orquestra Gulbenkian sob a direção dos maestros José Ferreira Lobo, Pedro Neves, Pedro Amaral, Cesário Costa e Pedro Carneiro e apresentações nas mais importantes salas portuguesas como o Coliseu do Porto, Teatro Rivoli, Casa da Música, Centro Cultural de Belém ou Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian. A descoberta da viola braguesa, um dos muitos cordofones tradicionais portugueses, o fascínio pelas suas características tímbricas e o potencial inexplorado deste instrumento desencadearam uma metamorfose. Provocaram uma urgência poética que o levou a investigar e compôr música para esta viola, que surge do natural encontro entre os mundos da música erudita e música tradicional portuguesa, inovando na abordagem técnica e estética, criando um repertório próprio para este cordofone. O primeiro registo, intitulado ‘por onde fica a primavera’, foi igualmente feito em Serpa, no Musibéria e editado em álbum pela ‘Respirar de Ouvido’, em 2020.
O álbum de estreia d'a urtiga, intitulado "à procura da essência da cebola", foi captado e misturado por João Pedro Lucas, masterizado por André Espada e é hoje editado pela Respirar de Ouvido.
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