Durante a reunião, José Natário apresentou as capacidades e valências que o aeroporto de Beja tem atualmente, e Thierry Liggoniere participou por videoconferência. Aos dois responsáveis foram colocadas questões de modo a perceber que vertentes podem ser potenciadas pelo aeroporto de Beja e de que forma pode a Comunidade Intermunicipal contribuir para a ativação do equipamento como mais um aeroporto em Portugal.
José Natário, diretor do aeroporto de Beja, enumerou as diferentes valências desta infraestrutura, indicando que pode receber 500 pessoas por hora, tem estacionamento gratuito com 731 lugares, dispõe de área de restauração, sete balcões check-in e duas salas de embarque e desembarque. Há também espaços comerciais que podem ser dinamizados.
Algumas linhas de ação da direção do Aeroporto de Beja passam pelo crescimento e sustentabilidade do negócio, exploração de oportunidades do segmento que diz respeito à carga aérea e boas práticas de sustentabilidade ambiental.
O responsável perspetivou que se está a trabalhar na manutenção e tipologia de operação, que querem fazer crescer o segmento de aviação executiva, construir o 2.º hangar de manutenção, desenvolver oportunidades, tanto na carga aérea como na área de não aviação, e iniciar a utilização de dois tanques jet fuel localizados na Base Aérea nº.11, que será muito superior a que está disponível.
Relativamente a outros projetos em avaliação está em cima da mesa a reabilitação do taxiway e do pavimento “apron”, isto é a área pavimentada destinada a acomodar aeronaves para fins de embarque ou desembarque de passageiros, correio ou carga, abastecimento de combustível, estacionamento ou manutenção.
A falta de acessibilidades foi igualmente assunto nesta reunião. Thierry Liggoniere sublinhou que apesar dos sistemas de incentivos que têm implementado para as companhias aéreas, são as mesmas que tomam a decisão de investir ou não numa rota, e que não existindo ligações regulares implica que os operadores optem pelos outros aeroportos do País. Avaliar o custo do trajeto entre Beja-Lisboa e Beja-Faro é importante para que as viagens sejam mais baratas de forma a compensar os passageiros. Porém, o diretor da VINCI assume que “traduzir o tempo em euros é sempre discutível”.
Neste encontro tanto a ANA como a VINCI apresentaram-se como parceiras das autarquias e deixaram claro que as suas equipas estão totalmente disponíveis para fazer o melhor para potenciar esta infraestrutura. José Natário frisou ainda que por vezes é difundida informação desajustada sobre o funcionamento do aeroporto, dando o exemplo de que muitas pessoas no distrito não conhecem o trabalho que atualmente já se faz. Estas apreciações sobre o aeroporto de Beja podem ser penalizadoras e ter impacto na confiança do mercado, “é importante que a região assuma um discurso positivo e construtivo”, conclui.
António Bota, presidente da CIMBAL, faz um balanço positivo desta reunião e diz que ainda falta ouvir o Governo. Contudo, quanto à reunião com a ANA e VINCI parece que “o aeroporto tem condições de trabalhar e de prosperar”. No entanto, falta algum investimento e perceber que “este processo do aeroporto estar cheio de passageiros não é um processo simples”.
“Há um trabalho de pesquisa a ser feito” e António Bota reconhece que os técnicos e que a administração do aeroporto estão a trabalhar nesse processo, para que mensalmente ou anualmente se possa cativar mais empresas que por sua vez, trazem mais operadores e mais turismo para o aeroporto de Beja.
“É preciso agora conhecer os planos do Governo, num curto espaço de tempo, para criar melhores infraestruturas de comunicação” isto é, para entrada e saída para o aeroporto, nomeadamente a ligação à autoestrada e eletrificação da linha-férrea, para que os operadores turísticos possam fazer escala em Beja e ter condições de trazer e levar passageiros com rapidez. Neste sentido, um dos objetivos é que os passageiros escolham Beja como uma solução e passe a fazer , “pouco a pouco”, parte integrante do panorama das viagens turísticas.
Em breve a CIMBAL vai reunir com o Ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, e vão visitar os acessos da cidade para que o governante perceba, no terreno, “a dificuldade que é entrar e sair de Beja com rapidez”.
O principal empenho presidente da CIMBAL neste momento é colocar na agenda política o estudo de viabilidade para fazer estas obras o quanto antes. “Quanto mais depressa o nosso ministério das Infraestruturas ou o nosso governo começar a cativar verbas para esta obra, mais depressa nós sabemos que a obra vai ser feita e naturalmente quem fica a ganhar é o distrito de Beja e é o País também”, disse António Bota.
A CIMBAL quis perceber se as autarquias podem participar ativamente na ativação do aeroporto de Beja como mais um aeroporto em Portugal e o que é que é preciso fazer para trazer mais passageiros e mais carga para gerar emprego e fluência de pessoas. Entendeu-se que a ANA está a par de todos os estudos necessários e que não será preciso, por parte das autarquias, realizar mais um estudo nesse sentido.
Durante a reunião identificou-se uma “lacuna na informação”, pois muitas pessoas do distrito duvidam que existem passageiros no aeroporto de Beja e desconhecem o trabalho que ali se desenvolve. O diretor do aeroporto de Beja admitiu essa falta de comunicação e para o presidente da CIMBAL é necessário que a empresa comunique à restante sociedade aquilo que o aeroporto tem vindo a desenvolver, para dar a conhecer o seu trabalho.
A CIMBAL vai continuar a trabalhar em prol do desenvolvimento e em prol de uma maior assertividade por parte do aeroporto de Beja e utilizar o investimento já feito neste equipamento para beneficio da região e do País.
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