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ULSBA: “faltam médicos de família e dois terços dos existentes têm mais de 50 anos”

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ULSBA: “faltam médicos de família e dois terços dos existentes têm mais de 50 anos”

O ministro da Saúde visitou esta semana o distrito e ouviu de autarcas, e responsáveis desta área, que este “é um território onde a falta de médicos de família coloca em causa a prestação de cuidados de saúde primários à população” e que “há expetativas quanto à ampliação do hospital de Beja”. Não foram ouvidas, contudo, as respostas desejadas.

Foi na reunião com os técnicos do hospital e o ministro da Saúde, em que foi feito, também, o balanço da visita desse mesmo dia ao distrito, que o novo presidente do Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA), José Carlos Queimado, identificou, as necessidades desta unidade, no que se refere aos cuidados de saúde primários e respostas do Hospital José Joaquim Fernandes.

A ULSBA dá resposta a 13 concelhos do distrito, Odemira não está incluída, em 64 extensões de saúde e 15 centros de saúde, no que se refere aos cuidados de saúde primários, tendo para o efeito 50 médicos de medicina geral e familiar, em que dois terços têm mais de 50 anos de idade.

Perante esta realidade, o presidente do Conselho de Administração da ULSBA explicou que “mesmo seguindo o caminho apontado pelo Ministério da Saúde, ou seja, criando unidades de saúde familiar (USF) será muito difícil resolver este problema”. Neste contexto pediu “incentivos para a captação de profissionais para um território de grande extensão geográfica, poucos habitantes e com faixas etárias avançadas”. Não colocou de parte “a abertura de USF”, mas deixou claro que “não será fácil aliciar médicos, com mais de 50 anos de idade, a aceitarem um desafio como este”, recordando que, até à data, “só foi criada uma USF no distrito”.

Quanto às respostas do Hospital José Joaquim Fernandes, as faltas foram, igualmente, apontadas por José Carlos Queimado. “40 por cento dos médicos têm mais de 60 anos e há especialidades com muitas faltas, enquanto outras estão confortáveis”, disse.

Referindo-se ao Hospital José Joaquim Fernandes e partindo do exemplo da "existência de instalações recentes e equipa jovem do Serviço de Psiquiatria", o presidente do Conselho de Administração da ULSBA sublinhou que “os responsáveis dos vários serviços hospitalares têm expetativas quanto à ampliação desta resposta”, lembrando que o hospital tem “crescido dentro do recinto para contentores” e que é “urgente a construção da sua 2.ª fase, ou seja, fazer a sua ampliação pois falta, essencialmente, um novo serviço de urgências, um novo espaço de consultas externas e para a pediatria”.

José Carlos Queimado não identificou só os aspetos negativos deixou, também, algumas novidades, positivas, nomeadamente o novo bloco de partos que vai ser feito e a nova área de cardiologia que o hospital de Beja vai ganhar.

Deu, ainda, outra nota positiva, esta relacionada com as respostas das “equipas comunitárias de saúde mental” e a indicação de que “a ULSBA está a trabalhar, no sentido de que a sua equipa de cuidados paliativos, com vasta experiência, possa chegar aos 13 concelhos pois neste momento só abrange 10.”

Sobre as respostas da comitiva do Ministério da Saúde, que esteve no distrito no passado dia 3, na voz do ministro Manuel Pizarro, estas não foram, certamente, as esperadas.

Recordamos que Manuel Pizarro disse que era "difícil captar médicos para o Interior, mas não impossível". O governante centrou-se no que chamou de "bons exemplos, como o Serviço de Psiquiatria, com edifício recente e equipa jovem, que escolheu trabalhar no Alentejo", apontando "a criação de Unidades de Saúde Familiar como uma resposta capaz de cativar profissionais para zonas do País como o distrito de Beja".

Quanto à ampliação do hospital de Beja deixou claro que deve avançar, por ser necessária, mas não disse quando. Falou, ainda, dessa ampliação como "uma forma de permitir a reorganização dos serviços no edifício atual".

Num distrito com um hospital onde muitos dos médicos no ativo estão à beira da reforma e onde há muitas extensões de saúde sem médicos de medicina geral e familiar, o ministro disse que "compreendia as limitações", mas reconheceu que “há dificuldades em resolver no imediato as necessidades” mais prementes.

Declarações que a Voz da Planície recolheu no dia da conferência de imprensa com o Ministro da Saúde e que revelou no passado dia 4.



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